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Eva Todor – o diamante que ilumina a Cultura Brasileira

Eva Todor é um nome que dignifica a Cultura Brasileira, por uma gama relevantes de motivos. Personalidade magnífica, artista incomum, talento magistral e longevidade profissional que já atinge estratosférica marca de nove décadas de notável presença cênica, cinematográfica e televisiva.

Tudo começou na longínqua Budapeste, a Capital magiar da nascente República da Hungria, proclamada em 1918, com a extinção do Império Austro-hungaro, derrotado na 1 Guerra Mundial. Nessa cultura capital centro-européia nasceu Eva Todor , batizada de Eva Fodor, em 09 de novembro de 1919.

Em 1928 emigra com a família para o Brasil , onde prossegue seus estudos de balé com a renomada professora e bailarina Maria Olenewa (1896-1965)  e logo se aproxima do cenário teatral carioca, por meio de convite do já renomado critico teatral do Jornal do Brasil Mario Nunes (1886-1968), que observa os predicados artísticos dessa prodigiosa menina e a indica a grande atriz e diretora Dulcina de Moraes (1908-1996), que imediatamente já a recepciona em sua Companhia Teatral, propiciando a estréia profissional de Eva na peça “Quanto Vale uma Mulher”, dirigida por Atila de Moraes, grande ator , esposo da lendária Conchita de Moraes (1885-1962) e pai de Dulcina. E na autoria dessa peça, o importante compositor, teatrólogo e produtor teatral Luiz Iglesias (1905-1963) proeminente personalidade cultual da época, pois escreveu com o mestre Ary Barroso (1903-1964)  o Clássico da MPB “Boneca de Piche”, gravada com fenomenal sucesso por Carmem Miranda (1909-1955) em dueto com Almirante (1908-1990) em 1938. Iglezias, em pouco tempo casaria com Eva Todor, que em pouco tempo se casou com Eva Todor, consituindo uma união que só terminaria com o prematuro falecimento dele em 1963.

Em 1935, com apenas quinze anos, é eleita a Rainha do Baile das Atrizes do Retiro dos Artistas , sucedendo nada menos que a atriz e cantora Lu Marival, a ‘rainha pioneira”, e em 1937 é novamente coroada, sendo a primeira artista a receber essa homenagem da Casa dos Artistas pela segunda vez, após a uma acirrada eleição que mobilizou grande parte da classe artística da época. E então, com apenas 17 anos, já se encontrava entre a mais famosas artistas de seu tempo.

Na década de 40,forma, junto com seu esposo e parceira de vida cultural  Luiz Iglesias, a Companhia Teatral Eva e seu Atores, verdadeira escola de interpretação , por onde passaram grandes astros e estrelas da ribalta, como Elza Gomes (1910-1984), André Villon (1911-1985), Afonso Stuart (1895-1990) , nomes que posteriormente brilhariam na Radio Nacional, como Cahue Filho (1911-1984) e Álvaro Aguiar (1917-1988), novos talentos como Jorge Doria e Fernando Torres (1927-2008) e o registro do surgimento de uma grande  e múltipla estrela,que atuou em sua primeira peça na Cia Teatral de Eva Todor : a saudosa e inesquecível Renata Fronzi (1925-2008). E essa histórica Cia Teatral Eva Todor-Luiz Iglesias  foi uma das maiores divulgadoras e encenadoras da obra teatral do grande dramaturgo Joracy Camargo (1886-1973)

Foi um sucesso justo e merecido, que levou Eva as telas do cinema, em memoráveis atuações como no filme Os Dois Ladrões (1960) do genial diretor Carlos Manga, onde contracena com os idolos da Atlandida Cinematográfica, como Oscarito (1906-1970) e Cyl Farney (1925-2003) , alem de seus magnos colegas- “A Gloria do Teatro”  Jayme Costa (1897-1967) e a grande comediante Ema D Ávila (1918-1985)

E já na primeira década da TV, anos 50, Eva Todor já encantava o público com um interessante programa na TV Tupi do Rio de Janeiro, chamado Aventuras de Eva , que estreou em 1956, produzido por Luiz Iglesias, André Villon , Avalone Filho, Daysi Lucidi  e Jorge Doria  e no elenco se destacava também a cômica e esplendida atuação da humorista recifense  Nadia Maria (1931-2000) que depois se consolidaria como uma das mais importantes humoristas da historia da TV.

Décadas depois, Eva Todor estrearia na Rede Globo, em grandioso estilo, sendo uma das protagonista da Novela Locomotivas, de 1977,  escrita pelo mestre pioneiro Cassiano Gabus Mendes (1927-1993) , o primeiro diretor artístico da história da TV. que organizou um elenco ilustre e glorioso, contendo entre outras as áureas Ilka Soares, Aracy Balabanian e os grandes atores Helio Souto (1929-2001) e Walmor Chagas  e dirigida pelos competentes e históricos  diretores de dramaturgia Fabio Sabbag (1931-2008) e Regis Cardoso (1934-2005).

A personagem de Eva nessa telenovela “Kiki Blanche” foi marcante e até hoje é recordada como um ponto alto da Historia das Telenovelas. E logo vieram novas e brilhantes atuações de Eva, como em Top Model (1989-de Antonio Calmon e Walter Negrão), América (2005-de Gloria Perez)  e atualmente, 2013, presenteia o telespectador brasileiro com sua digna atuação em Salve Jorge, de sua grande amiga Gloria Perez, onde interpreta a personagem ‘”Dália” . E na Tv Globo ainda atuou em novelas escritas pela “Maga das Oito “ Janete Clair (1925-1983), por Walcyr  Carrasco,pór Aguinaldo Silva , por Maria Adelaide Amaral

Nesses quase oitenta anos de vida artística e profissional Eva Todor recebeu quase todos os prêmios teatrais , como o ABCT, o Moliere, o Mambembe,  o Martins Pena, o Shell, a placa em honra a sua carreira estampada no foyer do Teatro Serrador no Rio de Janeiro, a Ordem do Mérito Cultural, entregue pelo presidente Lula em 2008 e especialmente o carinho, o respeito, a admiração da inteira classe artística e de sua infinita legião de fãs. E também as bonitas amizades de Eva para com suas grandes colegas como Bibi Ferreira, uma amiga de mais de seis décadas.

Eva Todor , biografada com sucesso pela jornalista e diretora da HBO Brasil Maria Ângela de Jesus em 2007, no Livro da Coleção Aplauso “ O Teatro da Minha Vida” é exemplo de Maximo Mérito Artístico, de generosidade e afabilidade no circulo profissional de vitalidade cênica características todas somadas que moldam um verdadeiro Diamante que representa o brilho mais radioso  e mais intenso em todo o diapasão das Artes Dramáticas  Nacionais .

Viva Eva Todor, que ela possa ter ainda muitos anos de vida para iluminar a Cultura e a Classe Artística de nosso país.

Imagem: http://alchetron.com/
Texto: Fabio Rejaili Siqueira
contato@sustentahabilidade.com.br

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Escrito por Fabio Rejaili Siqueira

Bacharel em Direito, Bacharel em Ciências Sociais e e pesquisador da história da televisão brasileira. É um dos fundadores do Jornal São Paulo em História.

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