É uma triste constatação, e investir em renováveis será a única solução para todos os segmentos.
E mais… o crescimento da tarifa ocorrerá, inevitavelmente, no médio prazo.
Vamos aos motivos.
Somente em 2015, a retração do consumo de energia foi a maior dos 14 anos anteriores no Estado de São Paulo com 4,2% de redução, sendo que a indústria recuou 6,4% naquele ano.
No mesmo ano de 2015, ainda no estado de São Paulo, o consumo residencial no estado caiu 3,6%.
Vale destacar que a indústria foi responsável por 37,4% do consumo e as residências por 29,1%.
Ou seja, arredondando, juntos responderam por 70% do consumo, cabendo o saldo para o comércio e serviços, naquele mesmo período.
REDUÇÃO DO PIB
Naquele ano de 2015 o PIB havia recuado 3,8%.
No ano subsequente de 2016, o PIB do Brasil teve outro tombo de 3,6%, consolidando não somente em São Paulo como em todo Brasil, a maior recessão observada em todo cenário histórico do país..
Já em 2017, o PIB finalmente apresentou 1% de crescimento, mitigando um pouco o desastre do período 2014/15/16.
No campo energético, em 2014, os apagões foram recorrentes no país, quando economia havia ficado estagnada, com crescimento praticamente zero.
E a maior usina recentemente construída (Belo Monte no Amazonas), somente entrará em funcionamento a pleno vapor em 2019/20 ( sem considerar eventuais atrasos de investimento em transmissão e distribuição).
Sendo assim quando o país crescer aproximadamente 7% no acumulado, atingirá o raquítico nível de 2015 … logicamente quando superar algo como 10%, somente aí estará efetivamente crescendo de verdade, por ter “zerado” o passado.
Considerando que Belo Monte é menor que Itaipu, (11.000 mgw e 14.000 mgw), e nada de novo está previsto no cenário de grandes obras hidroelétricas, estamos diante de apagões, já no curto , e talvez colapso no médio.
Mesmo tendo na energia solar um crescimento mais que “chinês” de 18% ao mês , ela representa ainda apenas 1% da matriz energética.
E somada a eólica que representa hoje quase 8%, juntas estas modalidades de renováveis (mais biomassa), responderão no final de 2018, por 10% da oferta de energia da nação.
Deve ser considerado também que nas residências, por uma razoável melhoria econômica dos agentes econômicos, ocorrerá um crescimento da demanda energética, até por “afrouxamento do cinto” do controle de gastos.
Estes temperos todos somados, resultarão numa absoluta falta de energia, nas residências, indústria, comércio e serviços, provavelmente nesta ordem de “prioridades”… e com o velho desfecho de aumento de preços das tarifas, para frear a inevitável demanda.
Texto: Roberto Mangraviti
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Imagem CBN
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