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Greenwashing empresarial e político.

Greenwashing palavra de origem inglesa, criada através da junção de duas outras, é muito utilizada por ambientalistas, que conforme Wikipédia, significa “atitude de ocultar ou dissimular algo” aparentemente sustentável. Em português, “lavagem verde” é o mesmo neologismo que indica a injustificada apropriação de virtudes ambientais falsas, por parte de organizações.

Contudo, empresas são constituídas por pessoas, que também se utilizam do greenwashing, visando parecerem por fora, o que não são por dentro.

Sendo o ser humano um produto final da natureza e único, é fundamental demonstrar seu conteúdo interior verdadeiro, seja qual for. Se algo que não estiver tão green assim, é importante  inserir uma postura interior, que minimamente lute pela busca da renovação.

E o mesmo se espera das empresas: a busca incessante pela renovação.

Algumas delas, claramente, tem aprendido ao longo da história, transformar sua trajetória. Para estas empresas, um eventual equívoco na conduta, acaba se tornando um acerto, através do aprendizado. Assim foi com o antigo Banco Real, que tinha incorporado no seu DNA o conceito de sustentabilidade e responsabilidade social, por conta de uma atitude impensada, apesar de legal no campo jurídico, de um de seus funcionários. Naquela oportunidade (anos 90) um funcionário houvera vendido uma espécie de plano de previdência de longo prazo para um cliente com mais de 70 anos. Naturalmente que o produto não se “adequava” a um cliente para aquela faixa etária, com baixa expectativa de vida. O Banco (com maiúscula) entendeu que a atitude não havia sido ética, apesar de inquestionável no campo legal … e daí criou uma área de Responsabilidade Social que alavancou a reputação do Banco, por ser verdadeira, pois não era para inglês ver. A partir deste equívoco, o Banco elevou sua posição e valor de mercado (branding), obtendo mídia espontânea, e posição de destaque no ranking e na opinião de clientes e prospectes.

Aprendeu com a história. Claro !

Nem sempre é assim.

O episódio lamentável de Mariana, além de ceifar vidas, destruiu a história de muitas famílias … de um rio … de uma região.

Vale lembrar, que somente uma semana após o episódio, a presidente Dilma visitou o local, obrigação formal dos líderes de Estado.

O que aprendemos com aquele acontecimento? Melhorar o controle de barragens? Acionar imediatamente e com eficiência os responsáveis? Rapidez da defesa civil? Nada disso…  aprendemos somente a visitar as famílias desabrigadas num verdadeiro greenwashing. Pois assim agiu a Presidente Dilma indo até as cidades no sul do país atingidas pelas fortes chuvas, 48 horas após o desastre ambiental.

Quanto as questões outras, como prevenção de enchentes etc e tal, vale a pena lembrar do acidente na região serrana do Rio de Janeiro ocorrido em janeiro de 2011. Tido na oportunidade como maior acidente ambiental do país,  pouco ou nada nos ensinou. Um estudo produzido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 2012 e publicado no Anuário do Instituto de Geociências – UFRJ (www.anuario.igeo.ufrj.br) , informa que aquele desastre custou  R$ 188.451.196,08 em 79 obras de recuperação e remediação de Problemas Geo-Hidro-Ambientais.

Portanto o acidente na cidade de Mariana em Minas Gerais, ainda não avaliado devidamente,(e que já custou  muito mais em vidas e dinheiro) infelizmente superou o acidente do Estado do Rio de Janeiro, comprovando  que de nada nos serviu.

E o Rio Grande do Sul? Conseguimos que a presidente visitasse a região 48 horas após. Somente isto.

Enfim, quando a essência de uma  atitude demonstra um interior modelo “greenwashing” o resultado é como um bumerangue, retorna rapidamente do jeitinho que foi, sem trazer nada de novo.

Autor: Roberto Mangraviti

contato@sustentahabilidade.com.br

 

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Escrito por Roberto Mangraviti

Economista e Facility Manager em Sustentabilidade. Editor, diretor e apresentador do Programa Sustentahabilidade pela WEBTV. Palestrante, Moderador de Seminários Internacionais de Eficiência Energética, Consultor da ADASP- Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de São Paulo e colunista do site do Instituto de Engenharia de São Paulo.

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