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Investimento em Imagem, o caminho rápido para ineficiência

É extremamente comum pessoas e empresas confundirem Imagem com Reputação.

No campo técnico, são posturas empresariais e/ou pessoais absolutamente distintas e antagônicas, pois uma é de dentro para fora e outra de fora para dentro.

Para facilitar este entendimento, tomemos as figuras dos espelhos, côncavo e convexo, uma reflete a individualidade interior (seja qual for) e outra reflete o externo coletivo.

A primeirabusca convencer,através de uma ação de curto prazo,utilizando um conceito  do interior da empresa como uma verdade, e por vezes um princípio definitivo. Outra não busca impor, mas absorver para o interior, o que está ocorrendo no mundo exterior, trazendo para dentro insights, inovação e transformação.

No primeiro caso é algo imediatista na comunicação e portanto pontual. No outro uma construção longa e duradoura, stepbystep, que vai se sedimentando com o tempo.

No campo político estamos lotados de exemplos de líderes que tentamnos convencer daquilo “que acham que são”, assemelhando-se a figura teatral de um ilusionista, porém ineficiente.

O mais recentemente postulante a este título é o Governador Cid Gomes, que fez um mergulho sem camisa numa adutora no Ceará, para tentar consertá-la.  A ideia é passar a imagem que ele próprio se atribui :super- homem ou solucionador emérito. Eleito para governar, optou mergulhar, ou seja, não há ninguém mais habilitado do que o governador de estado para consertar uma válvula. Imagem 10, eficiência zero.

Do outro lado desta comparação está o Presidente do Uruguai, José Mujica. Este último aparece de sandálias em eventosoficiais, descontraído, muitas vezes com ar enfadonho. Foi neste clima que foiflagrado através de um microfone aberto, diante da Presidente da Argentina, sussurrando a um auxiliar ( julgando que ninguém estivesse ouvindo) “esta velha é pior que o caolho”. Pedidos de desculpas ?  Somente uma semana depois, pois reflete uma verdade que sequer carece de desculpas, simplesmente para cumprir o protocolo.

Um ator evidencia uma cena de auto promoção, outro fala e age de forma semelhante ao pensamento coletivo, absorvendo o que o mundo está propondo.

Um é imagem e outro é reputação. Simples assim.

Nas empresas, não é diferente, algumas promovem ações de imagem, colorindo suas logomarcas de verde, para parecer sustentável, numa ação pontual de comunicação.Este é o perigoso greenwashing. Outras buscam reputação transformando seus conceitos de negócio,absorvendo e aprendendo com seus stakeholders, associando-se em ideias e pensamentos inovadores.

Quem busca a “imagem” corre o risco de associarsua marca ao arcaico, lento e portanto imediatista.

Reputação é caminho de longo prazo, moderno,tecnológico, avançado, justo social e economicamente.

Por vezes as empresas nem se apercebem disto, investem na imagem achando que é reputação, enganando ao consumidor e o que é pior, aos componentes da própria empresa, que passam a acreditar em inverdades.

E quando assim o fazem,prejudicam a eficiência, pois utilizam-se de ferramentas para solucionar algo pontual, no curto prazo, prejudicando  o resultado que buscam.

Há um modelo tragicômico muito comum no verão paulistano, quando vislumbramosum profissional de segurança particular em edifícios de alto padrão, especialmente. O que se vê ?Um homem de aparênciahercúlea  dentro de um terno preto, torrando num sol senegalês de 45°“mas”protegendo-se sob um guarda-sol de … PRAIA ! Há algo mais antagônico ?

Ao invés de proporcionar o conforto mínimo para que o profissional mantenha seus sentidos aguçados ealerta para a difíciltarefa pela  segurança,  o que se faz ? Seguimos o padrão de Nova York, que em janeiro parece a era do gelo, vestindo-o com um (ul)traje inadequado. Não há outro modelo, de roupa e de entendimento, para transmitir segurança ?Investimento na imagem nota 10, na eficiência nem tanto.

Muito cuidado portanto ! Investir em imagem corre-se um risco em sercaricato, podendo levar em muitos casos a ineficiência, e pior ainda, acreditar  que estamos prestando serviços no padrão nova-iorquino e talvez seja senegalês.

 

Roberto Mangraviti

Economista, Consultor de Estratégias de Sustentabilidade da ADASP-Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de São Paulo. Colunista do Instituto de Engenharia de São Paulo, Criador e Editor do Portal sustentahabilidade.com.br, Diretor e Apresentador do Programa ADASP-SustentaHabilidade pela WEBTV.

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Escrito por Roberto Mangraviti

Economista e Facility Manager em Sustentabilidade. Editor, diretor e apresentador do Programa Sustentahabilidade pela WEBTV. Palestrante, Moderador de Seminários Internacionais de Eficiência Energética, Consultor da ADASP- Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de São Paulo e colunista do site do Instituto de Engenharia de São Paulo.

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