O acidente que culminou com a morte do filho de Abel Braga, mostrou para que serve socialmente um esporte, como o futebol.
Torcedores do Sport em Recife, adversários do Fluminense (equipe dirigida pelo Abelão), saudaram calorosamente o técnico adversário na entrada ao gramado, numa demonstração de solidariedade diante da dor inegável.
Uma cena emocionante a qualquer ser humano, minimamente normal, mesmo aos que nãopossuem nenhuma simpatia com aquele esporte.
Feita a reverência … bola em jogo… e os torcedores adversários (no caso Sport de Recife) trataram de torcer para o time da casa, dentro do campo, afinal a lamentável tragédia é um fato extra campo, que obviamente merecia o devido respeito.
Já a transferência de Neymar Jr, saindo da cidade de Barcelona para arriscar-se em Paris, mostrou inversamente, o lado equivocado de parte dos espanhóis, inclusive da imprensa, fora do campo.
A contenda saiu do aspecto esportivo e migrou para o pessoal, obviamente, fora do campo de disputa.
Os dirigentes do Barcelona, talvez o maior clube do mundo, não aceitaram serem “trocados” pelo Paris Saint German, afinal eles se “acham” os maiores.
Afinal, como pode este “moleque” sair do Barcelona ?
O MAU EXEMPLO DOS DIRIGENTES
A Federação Espanhola, num gesto insano,não aceitou o cheque enviado pelo parisienses, obrigando os compradores irem até o clube catalão para concluírem a transação.
Ao mesmo tempo, os dirigentes do clube espanhol , desdenharam da escolha do atleta em seguir para o time francês.
Agiram como se fossem senhores feudais ou fazendeiros donos de um escravo, com o direito exclusivo de definir o futuro do jovem jogador (por sinal trabalhador dedicado) e definir onde deve, ou pode trabalhar.
Enquanto isso Neymar Jr, reverenciava Leonel Messi, seu antigo companheiro do Barcelona, dizendo em vídeo postado no Facebook, da eterna gratidão à quem considera o melhor do mundo.
Gesto de humildade, ratificando o óbvio: o protagonismo de Messi.
Aproveitou ainda e agradeceu a casa em que trabalhou, destacando a importância da ex-empresa no seu crescimento profissional.
O argentino, por sua vez, “devolveu a bola” para Neymar, como nas geniais tabelinhas que protagonizaram em 04 anos juntos de Barcelona, desejando “boa sorte” ao amigo brasileiro, através do Twitter.
Fidalguia e demonstração de verdadeira amizade, de forma recíproca, de profissionais que jamais mostraram o mínimo sinal de inveja ou rusgas, muito comuns quando profissionais mundialmente reconhecidos atuam na mesma área e também na mesma empresa.
Por sua vez Luis Suárez jogador uruguaio e uma das pontas do infernal tridente de ataque catalão, MSN, não se fez de rogado, e rasgou elogios ao brasileiro, desejando “buena suerte” ao amigo.
Outro amigo que demonstrou exemplar comportamento, fora de campo, como não podia deixar de ser, entre profissionais de elevada postura.
E o melhor … não deram a menor pelota para a imprensa,muito menos aos seus patrões.
E o torcedores ? E a imprensa ?
Bem estes, refletiram a postura equivocada dos dirigentes.
Torcedores jogaram no lixo as fotos de Neymar Jr, e postaram nas redes sociais, este e outros desaforos.
A imprensa espanhola, em momento algum, destacou o brilhantismo da trajetória do brasileiro defendendo as cores barcelonistas, mas aproveitou para jogar lenha na fogueira.
Esquecendo-se inclusive, que em momentos cruciais, como na contusão prolongada de Messi, ou nos momentos apagados do argentino (como na semifinal contra o Paris Saint German), coube ao brasileiro com galhardia levar a equipe espanhola às vitórias.
Então, qual o crime de Neymar?
Simples: resolveu trocar de patrão, que para os torcedores e imprensa facciosa, é inadmissível.
Cabe aquela parcela dos torcedores espanhóis cegos, e outros semelhantes em todas partes do mundo, entenderem que o futebol, por mais apaixonante que seja, é um esporte, nada mais.
Portanto, as disputas devem estar inseridas exclusivamente dentro do campo de disputa, e conduzidas com educação.
Os dirigentes e (jornalistas) que clamam e reclamam tanto por profissionalismo no futebol, criticando o comportamento das facções minoritárias de torcidas quando desandam com agressões , talvez tenham mais que aprender com o parcela saudável delas, felizmente a maioria, ao invés de criticá-las.
Assim como se comportaram os sul americanos, Messi, Suárez e Neymar, o trio MSN, que jamais será esquecido.
E assim como nos ensinaram os torcedores pernambucanos, no episódio da morte do filho de Abel Braga, que também jamais esqueceremos.
http://sustentahabilidade.com.br/arena-palmeiras-e-o-desrespeito-publicitario-com-naming-rights/
imagens de Abel Braga – Extra e Goal
Texto: Roberto Mangraviti
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