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Mudanças Climáticas – EUA saindo da zona de conforto.

Existem duas formas de inação muito atreladas ao comodismo humano,  que acabam prorrogando as transformações necessárias.  A primeira é não medir aquilo que se pratica. Quando não há medição adequada, não se estabelece metas de transformação. Por exemplo, se estivermos cinco, dez ou vinte quilogramas acima do peso e consequentemente com excesso de gordura …  não há  problema nenhum … desde que não saibamos exatamente.  Portanto, o resultado que aparecer na balança da farmácia… estará bom demais( desde que ninguém veja)! A outra forma é lançar dúvidas sobre avanços científicos. Um exemplo comum permeou a primeira metade do século passado. Há 60 ou 70 anos passados, fumar não era algo tão largamente destacado como problema de saúde. Haja vista que filmes como Casablanca , entre outros, destacavam o glamour de Humphrey Bogart com elegante terno branco, fumando exageradamente. Contudo hoje em qualquer país minimamente civilizado, fumar é questão de saúde pública.

Portanto é comum na história da humanidade, ficarmos numa  zona de conforto, sem alterar a postura diante  de evidências, inclusive mudanças climáticas. Este hábito de deixar para amanhã para ver como é que fica, é justamente a forma que a maioria de países e/ou governos  se coloca.

Contudo os EUA, desde o final de 2014 começaram a mudar este conceito, saindo da zona de conforto. Fixaram prazos e índices para redução da emissão de gases. Transcorrido 2015, foram além ainda, aumentando em 2% a meta anteriormente definida (elevando para 32%), em cima de riscos admitidos como concretos no presente. Se são fatos 100% comprovados ou não pela ciência, o tempo dirá. Mas a decisão de reduzir a emissão de gases, está centrada inclusive  numa questão de saúde publica atual, dada a preocupação reconhecidamente desprezada no passado recente. Pois a Administração norte-americana admite a duplicação nas três últimas décadas do número de habitantes do país com asma. Espera a Casa Branca que a redução da emissão dos gases  reduzirá 90% das mortes prematuras  em 2030, (comparando-se com 2005), e resultará também em uma queda de 70% nos problemas respiratórios nas crianças.  Este projeto, denominado de “Plano da Energia Limpa” custará US$ 8,8  bilhões por ano. Até 2030 portanto custará aos cofres do governo cerca de US$ 132 bilhões, ou seja um volume monstruoso de recursos. As justificativas de Obama foram curtas e grossas: obrigação moral e … pasmem… a maior ameaça atual para o futuro (num pais que se preocupa  muito com terrorismo).

Desta forma o governo Obama ficou Green … e nem poderia ser diferente para quem deseja levar as coisas a sério.

Portanto, não medir … não fixar metas …  e ainda exigir da ciência comprovação daquilo que ela ainda não comprovou 100%, é o jeito mais confortável para quem deseja  não fazer nada daquilo que deveria fazer imediatamente.

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Escrito por Roberto Mangraviti

Economista e Facility Manager em Sustentabilidade. Editor, diretor e apresentador do Programa Sustentahabilidade pela WEBTV. Palestrante, Moderador de Seminários Internacionais de Eficiência Energética, Consultor da ADASP- Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de São Paulo e colunista do site do Instituto de Engenharia de São Paulo.

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