A saúde do ser humano, é um desafio de constante intersecção de interesses pertinentes, inclusive o lucro, ao longo da história da civilização no planeta.
Sendo assim, questões fundamentais se interligam nos mais diversos ambientes de negócio, desenvolvendo por conta deste mecanismo uma fantástica troca de experiência a ser absorvida por todos setores.
Das organizações chamadas hoje de ONG’s , o Rotary International fundado há mais de 100 anos nos EUA, surgiu a partir da reuniões de amigos em sistema de rodízios nas residências para discutir as necessidades locais, quando decidiu-se fornecer uma carroça para que um médico da região, fosse mais eficiente nos atendimentos a seus pacientes. Na seqüência do crescimento das ações do Rotary, no binômio social/medicina, em meados dos anos 50, interligaram-se ao notável Albert Sabin na distribuição da vacina anti-pólio em todo o mundo, culminando há cerca de 5 anos numa parceria com a Fundação Bill e Melinda Gates que doou cerca de US$ 300 milhões para erradicação desta doença na Índia. Aonde termina o negócio e começa a obrigação social ? É difícil responder .
Esta inevitável associação das ações sociais com a saúde, coloca todos atores do campo da medicina sob um telhado um tanto quanto mais complexo, quase de vidro, obrigando-os a buscar soluções inovadores e fora dos padrões habituais da lei do comércio.
Há um mantra muito utilizado no marketing, pelos motivos óbvios : atender bem o cliente tornou-se uma obrigação igual ou superior aos padrões de importância da qualidade do produto ou do serviço que oferecem. Descobrir a sutileza desta tarefa e os pontos de interesse legítimos, pela sobrevivência destas empresas, ganha contornos dramáticos na área da saúde, principalmente no Brasil que encerrou um exercício com um Pibinho que obrigará cortes de despesas em 2013.
David Jones, Presidente do Grupo Havas, um dos maiores do mundo na área de Publicidade relatou em recente entrevista à Revista Exame, que “entramos numa fase de transparência radical”. Jones destacou ser fundamental as empresas passarem do discurso à prática, no campo da Responsabilidade Social ou serão severamente punidas pelo mercado, a começar pelos acionistas.
Aparentemente, a faca e o queijo está na mão do consumidor, pois aumentou o poder de destruir reputações, através das Redes Sociais, classificando este momento de “ A Era do Dano”.
Como os ramos da medicina responderão a estes riscos doravante, poderão ser determinantes para fidelização e manutenção de clientes e avançar no market share.
Por sinal, a medicina é pródiga em emprestar conhecimento para outros áreas.
O Sistema Randômico, na qual os laboratórios separam duas amostras da mesma população, aleatoriamente, para medir a reação de cada grupo, no campo da vacinação, é hoje utilizado por acadêmicos respeitáveis da área social , como Esther Duflo fundadora do Poverty Lab, que estuda o combate a pobreza no mundo. Através deste mecanismo inspirado na medicina, Duflo e sua equipe, testa resultados em áreas da educação, avaliando através de similar metodologia a redução de absenteísmo de professores em 2 amostras de grupos.
Como se vê, esta troca de experiências de áreas diversas, é fundamental e acelerar o caminho inverso, da Responsabilidade Social à Medicina é a bola vez no jogo dos negócios.
Roberto Mangraviti
Economista, Criador e Editor do Portal SustentaHabilidade e Diretor da Trade
Marketing Consultoria.
Consultor da ADASP (Associação dos Distribuidores e Atacadistas de São
Paulo). Criador e Apresentador do Programa ADASP Sustentabilidade da TV
Sorocaba ao Vivo.