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Paris … Capital do Brasil ?

Será que precisamos participar da COP 21, depois que a Torre Eiffel ficou iluminada em verde e amarelo? A  Conferência Mundial sobre Mudanças do Clima (COP 21) começa hoje em Paris e em vista dos atentados, é possível que as questões de segurança nacional deverão se sobrepor ou minimizar o importante evento.

Mas na verdade, por mais importante que estas reuniões, sempre organizadas pela ONU, atraiam o olhar de todo mundo para a urgente necessidade de uma visão econômica diferente, os resultados são sempre questionáveis. Pois terminada a reunião, as mudanças de paradigmas são engavetadas junto com os papéis e relatórios expedidos.

Especialmente no Brasil, onde esta triste realidade é inquestionável, comprovada especialmente pelos últimos desastres ocorridos.

A dimensão do acidente ocorrido em Mariana(MG) com o rompimento da barragem, fez com que a Torre Eiffel , na semana dramática dos atentados ocorridos em Paris, ficasse por um dia iluminada em verde amarelo, com as cores da nossa bandeira. No meio da grande dor (e temor) vivida por aquele povo, entenderam os franceses que deveriam homenagear a dor do nosso povo também. Por que ? Porque o acidente em Minas Gerais é considerado também  uma espécie de “atentado terrorista” contra o ambiente, porém os brasileiros não reconhecem este fato. Basta para tal conclusão destacar que a maior mandatária do país, somente esteve na região uma  semana após o acidente. Os franceses foram mais rápidos!

Se isto não bastasse, o incêndio que atinge a Chapada Diamantina (BA) é considerado um dos piores do século. Estima-se que o fogo tenha consumido o equivalente a 30 mil campos de futebol, sendo que os primeiros focos surgiram há 25 dias. Talvez por isso que, com a queima de tantos “campo de futebol” por aqui, já somos castigados pelo ambiente, não permitindo que surja nossos grandes jogadores do passado.

Mas retomando  a COP 21, que discute as questões no âmbito mundial, há que se destacar, que conforme noticiou a Folha de São Paulo, os subsídios para produção de petróleo atingem US$ 5,3 trilhões anuais (mais que o dobro do PIB do Brasil). Pensando nos  movimentos estratégicos globais e  as questões que envolvem a  indústria energética petrolífera, apostar hoje no petróleo e nas formas habituais de produção de energia é uma questão de risco.

Estrategistas sensatos entendem que a Terra gera seus ciclos de renovação. Contudo o ser  humano há mais de cem anos vem extraindo das profundezas do solo aquilo que  o planeta desejou eliminar, esquecer.  Dinossauro líquido sendo transferido para o ar que respiramos.

E em nosso projeto nacional energético, seguimos na contramão da tendência global. Enquanto o mundo discute substituição de fontes tradicionais,  compramos usinas de petróleo no exterior (Pasadena-EUA), retomamos a construção de usina nuclear interrompida há 20 anos ( Angra 3), extraímos petróleo do fundo do mar a 7.000 metros de profundidade e temos nas queimadas, somente da  Amazônia, a maior fonte de emissão de CO2 do País.

Portanto,  a participação do Brasil na COP 21 não é necessária.  Basta simplesmente fiscalizarmos as nossas queimadas, as nossas barragens com rachaduras,  implementar de verdade a Política Nacional de Resíduos Sólidos aprovada em agosto de 2010, e estaremos de fato fazendo a nossa própria “Copa das Copas” ops … Cop das Cop’s.

Desta forma, ratificamos, não precisamos participar da COP 21 para saber qual lição de casa que devemos fazer. Porém, com os franceses , temos sim muito que aprender, pois cerca de 17% da energia elétrica  produzida naquele país é proveniente do lixo. E somente para relembrar,  até o maior símbolo francês,  a Torre Eiffel,  anda iluminada em verde amarelo.

“Vive la France”

Autor: Roberto Mangraviti

E-mail: contato@sustentahabilidade.com.br

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Escrito por Roberto Mangraviti

Economista e Facility Manager em Sustentabilidade. Editor, diretor e apresentador do Programa Sustentahabilidade pela WEBTV. Palestrante, Moderador de Seminários Internacionais de Eficiência Energética, Consultor da ADASP- Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de São Paulo e colunista do site do Instituto de Engenharia de São Paulo.

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