Um marco no conceito de construção sustentável: este é o projeto “MEACS Brasil”, assinado pela Verdi e Siscobras, empresas brasileiras do setor de engenharia, e pelo IAB – Instituto Alemão de Pesquisa Aplicada à Construção. A partir do intercâmbio entre os países, o Brasil passará a contar com uma tecnologia sustentável inédita na construção de presídios – e também de outras estruturas: o sistema fotovoltaico translúcido. O anúncio foi feito no Brasil, em Porto Alegre/RS, pelos diretores da Verdi, engenheiros Carlos Deboni e Henrique Deboni, e pela arquiteta Carla Deboni, nesta terça-feira, 23 de julho.
Presídios com telhados transparentes e uso de energia solar são os principais diferenciais que o projeto propõe, por meio da passagem de 25% de luz solar e geração de 75% de energia. As chapas translúcidas são altamente resistentes, seja a ações de vandalismo ou granizo, por exemplo. Além de aliar alta tecnologia e sustentabilidade, a novidade está ligada ao benefício social de ter apenados em ambientes iluminados naturalmente, com ganhos em saúde física e mental. Ainda, os módulos construtivos saem com 75% de conclusão da fábrica, restando poucos processos para realização no local da obra.
“Concluímos hoje um intenso estudo e avançamos muito em nossa jornada de inovação, empregando tecnologia de ponta, com vocação ambiental e social. A qualidade de vida e a engenharia com foco nas pessoas sempre foram nossas bandeiras. Trabalhar incansavelmente para ter este projeto diante dos nossos olhos sempre foi nossa obstinação. Depois de mais de 100 presídios e mais de 40 obras de segurança pública, vamos iniciar outras 100 obras, desta vez totalmente sustentáveis”, declarou Deboni.
Com previsão de quatro anos para o retorno do investimento, as energias renováveis são responsáveis pela luz em 100% da demanda própria e ainda geram excedente, que pode ser redirecionado para companhias externas, tornando-se fonte de renda para os presídios. Além dos módulos prisionais, o sistema construtivo se aplica também na elaboração de escolas, hospitais e quaisquer outras estruturas em lugares com baixo nível de infraestrutura pública.
Tem como diferenciais o prazo recorde na entrega de obras – um presídio de 600 vagas é entregue em 8 meses, metade do tempo de uma obra convencional – e a arquitetura racional, visando a ressocialização, e com foco na sustentabilidade, por meio da redução de 90% na geração de resíduos descartados em uma construção.
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