Acompanhando as postagens no Facebook de pessoas pró candidato A ou B, à presidência da República, caberia a pergunta: qual o partido político de Jesus Cristo?
Estranho perceber que na cabeça das pessoas, Jesus Cristo, parece ter time de futebol.
Em São Paulo, seria Cristo palmeirense ou corintiano? E no Rio de Janeiro, Ele estaria preocupado com a má fase do Fluminense?
E durante a II Grande Guerra, teria Jesus “torcido” pelos aliados ou por Hitler?
É melancólico perceber, que as pessoas não tem a menor ideia do que estão falando, e se valem, DESRESPEITOSAMENTE, de um parâmetro Universal de amor, bondade e inteligência das fragilidades humanas, para lançar uma quase blasfêmia na rede social.
Nosso Senhor Jesus Cristo, não está sentado na mesa de um bar, debatendo sobre Bolsonaro ou Haddad.
Em momento algum na trajetória irreparável de Jesus, houve qualquer manifestação pró ou contra as frágeis atitudes humanas equivocadas.
Diante da mulher adultera ( crime grave aos judeus da época que obrigava a lapidação) , Jesus simplesmente disse, “quem não tiver culpa, lance a primeira pedra”.
Não julgou quem ia apedrejar, e tampouco a mulher.
Por sinal, como o maior psicólogo do planeta, formado na Universidade do Bem, Cristo utilizava SEMPRE parábolas, para que o ouvinte, pudesse extrair dentro si, a conclusão que a própria evolução do indivíduo pudesse alcançar.
Mais ainda, o leitor das parábolas pode a qualquer tempo, diante de uma releitura, evoluir no entendimento, sem fixar o pensamento na posição A ou B, eventualmente firmada por Cristo.
Ou seja não cabe “enquadrar” as palavras de Cristo numa caixinha e pronto… Ele disse isso ou aquilo.
Portanto, “tomar” o pensamento de Cristo nos dias de hoje, é um equívoco eternamente atemporal, pois Nosso Senhor, jamais fez isso diante de ninguém, em qualquer passagem bíblica, portanto muito menos faria AGORA.
Além do mais, simular um “diálogo” de Cristo com as pessoas ou atribuir um “pensamento” de Jesus, nos leva a duas importantes conclusões lógicas… a primeira um tanto quanto prepotente, é que o “chargista” é um “chegado”de Nosso Senhor, entendendo com precisão a quase inalcançável dimensão de Jesus, sendo literalmente um perfeito “biógrafo” dos tempos modernos e intérprete oportuno.
A outra, tão esdrúxula quanto a primeira (tomando o slide acima com exemplo), seria que Jesus, por ter sido torturado, seria então a favor de Haddad , ou vice versa.
Certamente o autor de tamanha tolice, fez isto inconscientemente, mas lançou uma espécie “fake news bíblica”, onde teria sido muito melhor pensar na frase incomparável “ Pai Perdoa–lhes, porque não sabem o que fazem”, mas jamais postar interpretações livres.
Utilizar símbolos santos, de qualquer religião, é um DESRESPEITO sem precedentes, para as pessoas dentro ou fora da religião retratada.
Os chargistas do Charlie Hebdo, mortos por fanáticos muçulmanos em 2015 na França, teriam passado dos limites?
Depende de quem olha ou sente … obviamente não justificando o lamentável desfecho, mas ficando claro que pelo entendimento das pessoas, o limite da expressão deve ser muito bem avaliado diante de figuras religiosas, pois as mesmas não se enquadram em Fla X Flu
Na melhor das hipóteses, os “entendidos” de Cristo, deveriam simplesmente seguir o Mestre que aparentemente tanto reconhecem… “ Não julgueis, para que não sejais julgados.
Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.”
Texto: Roberto Mangraviti
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