“ A melhor forma de aumentar lucros é não fazer disso o principal objetivo”. Esta frase de John Mackey, fundador da Whole Foods, rede de varejo de orgânicos dos EUA que fatura US$ 12 bilhões de dólares ano, evidencia uma nova visão dos negócios do século XXI, chamado de “capitalismo consciente”, ajustado aos novos tempos. Na visão deste grande empreendedor a missão da empresa fundada em 1980 é “vender saúde”. Este olhar sócio ambiental de alguns empreendedores dos EUA, tem combatido aquela visão de “capitalismo selvagem” atribuída aos yankees. Mas cabe aqui uma pergunta … em algum momento o capitalismo verdadeiro propôs este caminho? Se pesquisamos a vida do “pai” da produção em série, Henry Ford (1863-1947), o magnata do automobilismo tinha um olhar social apurado e muito a frente do século XX. Inicialmente porque Ford buscou produzir um automóvel barato acessível ao operário que o produzia. Em1914, Ford anunciou seu programa “cinco dólares por dia” que incluía uma redução da duração do dia de trabalho de 9 para 8 horas, 5 dias de trabalho por semana, e um aumento no salário-mínimo diário de US$ 2,34 para US$ 5 para trabalhadores qualificados. E seguiu inovando, repartindo parte das ações da empresa com os funcionários. Estas atitudes reduziram drasticamente a rotatividade dos operários, aumentando a produtividade e baixando os custos. Se em algum momento algumas empresas seguiram caminhos “violentos” para obterem mais lucros, foi uma escolha que generalizou equivocadamente alguns empreendedores como “selvagens”. Portanto a responsabilidade social de Mackey e de outros, lança luz no lado assertivo o positivo do capitalismo que sempre deu certo e que em sociedades evoluídas tendem a evoluir, preconizado de formar centenário por Ford que assim definiu há mais de 100 anos … “ um idealista é alguém que ajuda o outro a ter Lucro “.
Texto: Roberto Mangraviti
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Mercado Whole Foods / Imagem: Living Max Well, reprodução.
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