Do Oiapoque ao Chuí são mais de 9 mil Km de extensão de costa brasileira. Ainda como parte do território nacional, o Brasil possui o mar patrimonial e mais de 3,5 milhões de quilômetros quadrados de ZEE (zona econômica exclusiva), zona esta onde o país tem soberania no território. Assim, além da nossa Amazônia verde, temos um imenso território sobre as águas, chamadas por muitos de Amazônia Azul.
Nesse imenso território sobre as águas habitam mais de 9 mil espécies conhecidas, muitas delas exploradas economicamente. Sem contar as espécies ainda desconhecidas, ocultando uma incalculável riqueza marinha, com grandes potencialidades econômicas, científicas e tecnológicas.
Mas com o peixe nosso de cada dia, vem junto à exploração descontrolada e a poluição, que colocam em xeque a sobrevivência de muitas espécies marinhas, como tartarugas, baleias, golfinhos, peixe-boi, aves, peixes e caranguejos. Superexploração (pesca excessiva), capturas acidentais, práticas destrutivas com baixa seletividade e pesca fantasma são as principais causadoras de impacto no ecossistema marinho através da pesca.
Para controlar e tentar diminuir o impacto e até mesmo proteger as espécies marinhas, diversas organizações e grupos técnicos de trabalho foram criados, porém ainda são poucas as áreas de proteção marinha no Brasil, e quase zero é o planejamento de pesca nessa área tão rica. Inclusive, desde 2011 o governo não possui dados reais sobre a pesca no território nacional, isso mesmo, há 4 anos o Brasil não coleta dados nacionais sobre o estoque de peixes, nem legal e muito menos ilegalmente, estamos atuando às cegas.
Além do poder público, muito podemos fazer para diminuir esse impacto e trabalhar para mantermos essa inestimável biodiversidade, como não construir em áreas de mangue ou áreas de proteção, não poluir ou jogar lixos nos corpos hídricos, pesquisar e saber de onde vem o peixe e frutos do mar que você está consumindo, se esse produto é legal, se essa espécie realmente deveria estar sendo comercializada, se cada um fizer o seu papel, poderemos manter nossa Amazônia sempre Azul, do Oiapoque ao Chuí.
Saiba mais:
Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) : http://www.mpa.gov.br/
Oceana Brasil: http://oceana.org/
Fontes:
– Miloslovich et al (2011)
– http://ciencia.estadao.com.br/blogs/herton-escobar/quanto-se-pesca-no-brasil-ninguem-sabe/
– http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2015-07/falta-de-dados-sobre-pesca-e-obstaculo-para-gestao-sustentavel-diz-secretario
– http://www.mma.gov.br/estruturas/chm/_arquivos/port_efae.pdf
Thayná Correia
Oceonologa