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Acidentes com petróleo e impactos ambientais

Todos nós sabemos que a sociedade atual é regida pelo petróleo. Quem tem o melhor petróleo e em maior quantidade (leia-se Oriente Médio) é alvo de guerras e desavenças, já que o petróleo e seus derivados fazem parte de quase todos os produtos e processos da sociedade moderna. O Brasil também possui grandes reservas desse ouro negro, estimada em 15,3 bilhões de barris, colocando o país em 12o no Ranking mundial. Grande parte da reserva nacional de petróleo é ainda inexplorada e encontra-se no pré-sal.

Por se tratar de um composto extremamente complexo e tóxico, acidentes com óleo podem devastar uma área e desestabilizar todo um sistema. Muitos acidentes de proporções gigantescas já aconteceram desde o começo da exploração, refinamento e transporte do petróleo, dentre os mais devastadores lembramos do Exxon Valdez, onde um navio que transportava petróleo se acidentou na costa do Alasca e grande parte do óleo foi parar no mar e na costa. Centenas de milhares de animais foram mortos e o impacto causado por esse acidente permanece até hoje, visto que a região fria e de baixa circulação diminui o tempo de degradação natural do óleo. Mas apesar dos imensos impactos causados pelos acidentes e a grande decorrência deles ao longo dos anos, esses fatos perecem dissolver da memória da nossa sociedade.

Esses acontecimento já acorreram no Brasil, por diversos motivos como perfuração em oleodutos, explosões em plataformas e dutos, vazamentos de óleo combustível e óleo bruto. Milhares de animais já foram mortos, ambientes poluídos pela toxicidade e até vidas humanas perdidas. Mas, aparentemente, esses acidentes também foram, aos poucos, dissolvendo da memória da nossa sociedade e o petróleo segue como o principal produto para o desenvolvimento da indústria, afinal, o desafio é a nossa energia.

O desastre no Golfo do México em 2010 trouxe à memória as proporções do impacto que um acidente com óleo pode causar no meio ambiente marinho, porém a contenção, mesmo que tardia, reduziram esses impactos que de desastrosos poderiam ter sido catastróficos.

Em 2011 essa realidade foi trazida para o Brasil onde um acidente com a Chevron vazou cerca de 380 mil barris de óleo no mar, provocando uma mancha de aproximadamente 163 quilômetros quadrados. Porém o Brasil não tinha (na época) e continua não tendo (hoje) uma estrutura de contingência para vazamento de óleo em grandes proporções. Caso a dimensão do ocorrido com a Chevron tivesse as mesmas proporções do Golfo do México, a costa brasileira seria destruída por uma mancha negra.

Pensando nisso, em outubro de 2013, foi criado o Plano de Contingência Nacional (PNC) que visa o auxílio mútuo de empresas e governo em ocorrências de catástrofes ambientais de grandes proporções. O PNC já existia no papel, mas foi preciso um fato mais sério para que as pessoas se dessem conta que o Brasil não tinha qualquer preparo para conter um acidente dessa proporção. No entanto, a publicação do PNC ainda é muito vaga sobre quais as diretrizes, quem cederá o que e quais os recursos disponibilizados pelo governo. Se atualmente a fiscalização pelos órgãos responsáveis é falha, imaginem quando começarem a explorar a menina dos olhos nacional: o pré-sal.

Assim, ao invés de investir milhões de bilhões explorando um recurso que irá se esgotar e prevendo futuros impactos de acidentes desastrosos que estão por vir, esse dinheiro deveria ir para pesquisa e construção de energia mais limpa, já são viáveis e muito utilizada em países de primeiro mundo, mas se o desafio é a nossa energia, imaginem que energia iremos precisar para enfrentar o desafio da poluição ambiental e dos impactos que estão por vir.

 

Vazamento de óleo no Golfo do México (Foto: John David Mercer/AP)

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Escrito por Thayna Correia

Mestre em Oceanografia, Física, Química e Geológica. Especialista em Estudos Ambientais para área petrolífera e Repostas a Derramamento de Óleo em Corpos Hídricos.

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