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Algumas lições do Impeachment

A primeira frase da declaração da presidente afastada, após a saudação de praxe, foi a seguinte: “dirijo-me aos meus 54 milhões de eleitores …”.

Se considerarmos os eleitores como funcionários de uma Empresa, cabe a pergunta, poderia um gestor dirigir-se somente a 50% dos seus comandados?

Consideremos ainda que após 180 dias, a gestora retorne como permite a lei, como será seu discurso? Irá saudar somente a quem a apoia (50%)? Um gestor que não gerencia com olhar sobre 100% de seus comandados, jamais conseguirá sobreviver em qualquer área de atuação. Mesmo sendo obvio que jamais haja unanimidade sobre uma determinada liderança, um líder comete equívoco primário ao demonstrar suas preferências de forma pública. Liderança é sinônimo de equilíbrio, convergência e interseção. Entender o sentido de “Interceder” numa equipe, ao invés de interferir, é uma qualificação tão indispensável em um gestor, quanto a um motorista de ônibus saber ler.

Esta dinâmica de escolhermos nossos líderes pela empatia pública ou pelo impacto que possa se produzir em campanhas, leva a discussão política no Brasil para o campo da “simpatia” ou da “antipatia”, esquecendo-se de tantas outras coisas tão fundamentais no perfil de um gestor. E o que mais assusta nesta obscuridade de tratar discussões políticas como jogo de futebol, é que esta doença permeia todas as esferas culturais do país, desde sempre.

A comprovar este atraso cultural, fomos buscar a partir de um comentário de um renomado historiador, as manchetes dos jornais no Brasil, um dia após a queda do Muro de Berlim, um dos mais marcantes fatos  históricos do século XX. E pasmem … “ TSE não aceita a candidatura de Sílvio Santos” (O Estado de São Paulo 10.10.89) era a manchete do jornal, em detrimento de um acontecimento evidenciado e destacado em todos os jornais do mundo.

Enfim, o muro já caiu há 27 anos …  o socialismo ainda não produziu um único resultado animador em nenhum canto do mundo, e muita gente no Brasil continua discutindo política em botequim, como se fosse Fla x Flu, desprezando economia e história.

Parece-nos que ainda não aprendemos a olhar o que está acontecendo no mundo …

Autor: Roberto Mangraviti

contato@sustentahabilidade.com.br

 

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Escrito por Roberto Mangraviti

Economista e Facility Manager em Sustentabilidade. Editor, diretor e apresentador do Programa Sustentahabilidade pela WEBTV. Palestrante, Moderador de Seminários Internacionais de Eficiência Energética, Consultor da ADASP- Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de São Paulo e colunista do site do Instituto de Engenharia de São Paulo.

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