O velho ditado “dinheiro não aceita desaforo”, significando naturalmente que o dinheiro mal aplicado não volta mais, nunca foi tão verdadeiro, como nos dias de hoje.
Apesar de ser um velho ditado, o Brasil do século XXI foi construído em cima de clichês do século passado, assustando empreendedores que migram para outras bandas.
E como ninguém gosta de correr riscos com suas economias, empresários brasileiros estão investindo no Paraguai visando baixar o custo de suas operações, pois em terra brasilis , a expectativa de obter retorno do dinheiro aplicado nas empresas, continua muito baixo …
A alta carga de impostos sobre a mão de obra brasileira, obriga empresários nacionais a utilizar mão de obra paraguaia, que custa 30% a menos.
Outro de fator de “incentivo” para estabelecer os negócios no país vizinho, deve-se ao fato que, o imposto de exportação é de apenas 1% . Logo, empresas brasileiras estão produzindo no Paraguai e vendendo para o mercado brasileiro, muito mais potente .
Conforme a Você S/A , “ marcas tradicionais, como a fabricante de brinquedos Estrela e o Grupo Guararapes
Riachuelo, também estão expandindo as operações no país vizinho em busca de menores custos”.
Segundo dados da Confedera¬ção Nacional da Indústria (CNI), 90 empresas brasileiras já cruzaram a fronteira.
Dessas, 58 foram atraídas pela chamada Lei de Maquila, que prevê isenção de impostos a empresas estrangeiras para importar maquinário e matéria-prima, desde que o produto final seja exportado.
Vale destacar que a população do Paraguai, incluindo idosos e crianças, totaliza 6,5 milhões de pessoas ( Censo 2009) , tendo atualmente o Brasil exatamente o dobro … de DESEMPREGADOS ( 13 milhões).
Além das vantagens da mão de obra mais barata, outro fato surreal acontece.
A energia elétrica, produzida pelo Brasil em Itaipu e exportada aos nossos vizinhos, é mais barata que a distribuída aqui em nosso país, conforme acordo muito inteligente firmado por Dilma e Lula.
“No frigir dos ovos”, o custo operacional no Paraguai, utilizando fatores produtivos brasileiros ( energia elétrica, conhecimento industrial e capital brasileiros), é 60% inferior ao mesmo produto fabricado no Brasil.
Caro leitor, repetimos : dinheiro não aceita desaforo.
E portanto fica muito claro que estamos muito atrasados no engajamento da globalização, processo iniciado no final do século passado.
Fica claro portanto que a política macro econômica aplicada por Guido Mantega, é tão arcaica que acaba sendo emoldurada por ditados do início do século passado.
Encerramos portanto fazendo jus de outro ditado… “ no andar da carruagem”, em breve o Paraguai estará a pleno emprego, as custas das desgraças brasileiras: Estado inchado, carga de impostos alucinantes e produtividade medonha.
Texto: Roberto Mangraviti
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