Podemos considerar que o Brasil deixou a recessão no passado.
O crescimento insignificante do PIB de 2017 de 1%, tem mais valor pela consistência da curva e pelo contexto de outros números, que pelo índice em si.
Por exemplo, fevereiro de 2018 foi o décimo mês consecutivo de recuperação no comércio da capital paulista e o melhor fevereiro desde 2014, tendo atingido 5,8% de crescimento quando comparado com o mesmo mês de 2017.
Mas, cabe-nos medir o tamanho do desastre em que os governos recentes lançaram o país, para servir de luz na caminhada e dimensionar a dureza da ladeira que teremos que subir.
Os números da economia brasileira, apontam que o país deixou de produzir R$ 1 trilhão de reais, aproximadamente, entre 2009 e 2016.
Consequentemente deixou de recolher R$ 0,4 trilhão de impostos para subsistência paupérrima de escolas, hospitais e transporte.
Já o PIB per capita dos brasileiros em 2017 registrou US$ 8.649 dólares, muito abaixo da média mundial de US$ 10.191, ratificando a dramática redução do consumo das famílias.
Sendo assim, a grande notícia da retomada do crescimento, onde a curva se mostra ascendente e constante, obriga as pessoas sérias, levantarem preocupantes questionamentos.
Haverá água, energia elétrica, estradas, saneamento básico para suportar o retorno à normalidade, após este tsunami de 08 anos?
Infelizmente NÃO.
Especialmente os “apagões” de fornecimento de energia, retornarão, e já tem se mostrado presentes, mesmo que pequenos, e somente em alguns pontos.
Portanto, teremos uma dura jornada pela frente, até porque nenhuma usina será construída em menos de 5 ou 10 anos. E tampouco o Brasil é um país que esteja organizado e seguro para atrair capitais de longo prazo para qualquer área estrutural, quer seja saúde, energia ou transporte.
Mas não nos resta outra atitude senão seguirmos adiante, com espírito de cidadãos num pós-guerra, para reconstrução de uma nação.
E olhando sempre para o passado, que ficará eternamente presente em nossa memória, para que não esqueçamos que este tipo de “gestão” de Estado, num modelo retrógado de visão do século passado, gera perdas irreparáveis.
Pois precisaremos de 7 ou 8 anos, para reparamos estas mazelas irresponsáveis.
Vamos agora “enterrar” nossos mortos.
Vamos também celebrar os que se mantiveram “vivos”.
Pois finalmente, parece ser o fim da recessão. Agora temos que reconstruir a Nação.
Ao trabalho !
Texto: Roberto Mangraviti
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