A crise hídrica 2014/15 ensinou, e muito, a empresários e consumidores economizarem água em quase todo Brasil.
E por incrível que pareça, os únicos que nada aprenderam, foram os órgãos governamentais ligados a produção, distribuição deste bem tão precioso, especialmente em São Paulo.
Segundo notícia de 02.03.18 do jornal O Estado de São Paulo, “se a população reduzir muito o consumo (de água), e isso tiver efeito negativo nas receitas da Sabesp, a conta de água vai subir além da correção pela inflação. “
Em suma, se o caixa da Sabesp (empresa de saneamento básico do Estado de São Paulo), apresentar problemas para atender as despesas operacionais, porque o consumo está gradativamente sendo reduzido pelo esforço da população, a sociedade será punida.
Pois se houver desequilíbrio financeiro, não caberá a concessionária o compromisso de baixar as despesas, mas simplesmente repassar ao consumidor colaborador, o ônus da ineficiência operacional.
Vale lembrar que a ONU- Organizações das Nações Unidas, tem alertado que a demanda de água no Planeta, nos próximos 15 anos, será 40% superior a oferta.
Pior ainda, é que os paulistanos na crise de 2013 estavam consumindo 118,3 litros por pessoa, sendo que a ONU considera 110 litros como suficientes.
Já os fluminenses, consumiram por dia 253,1 litros de água, comprovando a falta de educação sustentável das duas maiores cidades do país.
Justamente no mês que celebramos o Dia Mundial da Água (22 de março) e que Brasília abrigará a oitava edição do Fórum Mundial da Água, que conta com 7,5 mil inscrições confirmadas. E entre os inscritos estarão presentes personalidades de 150 países , como Estados Unidos, Etiópia, Israel, Itália, Japão, México e Turquia, o maior estado da Federação ( São Paulo) contribui com o pior exemplo possível.
Enquanto isso, o dinheiro do consumidor está sendo tragado com propagandas enganosas nas rádios da capital paulistana, onde a Sabesp vangloria-se de ter contornado a crise hídrica e ainda está “ajudando” Estados vizinhos a economizar água.
Enfim, estamos diante do Fórum Mundial da Água versus um péssimo exemplo da Sabesp.
Texto: Roberto Mangraviti
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