Ou, porque o Zé é mais importante que o Chico Buarque.
Não há efeito sem uma causa.
Esta é a lei da Natureza.
Provoque uma explosão nuclear e será liberada energia radioativa que dissipar-se-á pela atmosfera, contaminando o entorno.
Esta é a regra do jogo.
Mas, para o ser humano, sempre frágil psicologicamente, as coisas não parecem bem assim.
Há sempre uma desculpa ou justificativa, pelos nossos resultados infelizes, responsabilizando o “outro”.
100% da humanidade é assim.
É obvio que recolhemos os dejetos dos cães dos outros na calçada.
Mas é no campo psicológico, que responsabilizamos o parceiro ou a parceira pelo fracasso das parcerias, dos casamentos etc…etc.
Nesta linha de raciocínio inquestionável, se a culpa é do outro, a solução também deve vir dele.
Ou seja, vinda do âmbito externo, não necessitando portanto qualquer transformação interior da nossa parte.
Esta fragilidade psicológica, por acometer 100% da humanidade, valeu para Chopin, Einstein, John Lennon, Kennedy ou Gandhi, em algum momento da vida, nem que tenha sido por 1 segundo, dependendo dos respectivos avanços e aprendizados de cada um.
Sendo assim, deve valer o mesmo para Chico Buarque, Gilberto Gil, Wagner Moura, enfim uma penca de celebridades brazucas, também denominada de “progressistas”.
Interessante que, por valer para 100% da humanidade , não significa que o carteiro Zé, que há alguns anos distribui aqui na rua de casa, as correspondências para toda vizinhança, seja menos esclarecido que o Chico Buarque.
Caso o carteiro, busque diuturnamente reformar o seu interior, ele psicologicamente é mais feliz e entendedor do universo que nos cerca, do que o grande autor de “Construção”… e de inegável acervo musical.
Mas, ironicamente, Chico Buarque é o autor da “construção” (minúscula mesmo), porém quem constrói mesmo, é o nosso querido carteiro, o Zé.
O fato inclusive de receber um salário modesto, não o torna menos feliz e inteligente que Chico Buarque, não responsabilizando ninguém por isso.
Mesmo assim, diante das dificuldades da vida, nosso carteiro com frequência busca construir uma sociedade melhor, a partir de suas próprias condutas, não depositando qualquer responsabilidade transformadora nos outros.
Portanto o Zé é um verdadeiro “progressista”, pois progride como pessoa, semeando assim por consequência, o avanço na sociedade que o rodeia.
São pessoas, assim, democráticas, reformadores de si, reconhecedoras de suas fraquezas, humildes, que constroem um mundo melhor.
Nicolás Maduro culpa os Estados Unidos pela desgraça venezuelana com uma inflação, hoje, de absurdos 2.000%.
Lula, publicamente, culpou Dilma pelos insucessos do desastre da economia.
Dilma, por sua vez, culpa os golpistas pela incompreensão da sua “contabilidade criativa”.
E Chico Buarque, por fim “viaja” no pensamento de Dilma.
São pessoas que entendem a vida fora de si e não dentro de si.
Chico espera que um “salvador da pátria” conserte o Brasil.
Jamais passa pelo coração do brilhante compositor, que ele próprio (Chico Buarque), precisa ficar menos em Paris e mais no Rio de Janeiro, para reformar a sociedade que almeja, a partir de si.
Pois como é possível reformar algo, estando longe do “palco” onde toca a banda?
E é nesta fragilidade humana, nos hiatos de responsabilidade interior, que prospera o pensamento ditatorial.
Ditadores vociferam… “EU TENHO A FORÇA”… e os pobres de espírito, fragilizados, ACREDITAM.
Acreditam que podem soltar bombas de “pensamento revolucionários”, sem liberar energia tóxica que contamine a Natureza.
Como é possível, tentar subverter a lei de causa e efeito, acreditando que aprisionar-se em preconceitos utópicos (1), seja mais inteligente que libertar pensamentos ?
Confundem os incautos com discurso político falso, que passam a acreditar que um “santo homem” vai reformar o mundo externo e material que vivemos … sendo assim, não precisam mudar absolutamente NADA dentro de si.
E se ainda der para aquele grande ditador revolucionário, deixar uma “cesta básica” na porta da minha casa, Jesus, então ele (o revolucionário) é DEUS !
Por isso que todos revolucionários, sem comparam a um deus … e os fragilizados a eles se apegam.
Por isso, que “progressistas”são seres frágeis, acreditando (e convencendo outros a acreditarem), que não precisamos fazer nada dentro de nós, para a construção de um Brasil “novo” ou um mundo melhor, pois já acharam o melhor engenheiro para isso: o “outro”.
Texto: Roberto Mangraviti
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(1) Por definição, uma “Teoria” é uma linha de pensamento, plausível de comprovação prática. E “Utopia” é um pensamento sem qualquer comprovação prática.