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Itaquerão: quando algo começa errado, termina como?

10 milhões de litros de água se esvaíram, constatados em junho pela Sabesp, ou seja há 5 meses, num estádio entregue (não completamente) em 2014.  Qualquer estudante de engenharia, com um mísero mês de aula, teria chamado bombeiro, polícia, IML, hospitais, porque  evasão de água significa risco estrutural em potencial, mas não no Brasil. Por que ?

Simples … quando algo começa errado, termina errado .

Há um vídeo, que comprova que a obra começou sem um budget.Prezado leitor, até para encomendar uma dúzia de brigadeiros para uma festa de criança, é feito orçamento… menos para construir um estádio de R$ 1,1 bilhão.

Outro detalhe, a obra foi parcialmente financiada com dinheiro público, além da isenção de impostos concedidos pela Prefeitura de São Paulo. Este financiamento, teve no estudo de viabilidade econômica para concessão do empréstimo, como uma das garantias, a venda do Naming Rights (*) por valores semelhantes ao ocorrido pelo Bayer de Munique (Allianz Arena). Obviamente que ninguém ainda comprou e talvez nunca compre, pois o estádio já está “batizado” : Itaquerão.

Outro fato interessante, se comparamos com obras semelhantes (Allianz Parque feito pela iniciativa privada para exploração por 20 anos), o estádio de Itaquera custou o dobro. Isto significa, R$ 600 milhões de reais excedentes.

Os pagamentos do empréstimo, estão em dia? Não!

Há alguma perspectiva de que os ingressos vendidos para os jogos (raros) ali disputados, sejam suficientes para pagar o empréstimo ? Não !

Já houveram acidentes de percurso na obra? Sim, queda de estrutura, além da construção de uma arquibancada “provisória” para Copa do Mundo, já desmontada, pois o cronograma de obra não foi respeitado.

O dono da empresa e uma penca de diretores, estão presos, por desvio de dinheiro público.

Enfim, há algo positivo a ser destacado, nesta confusa operação?

Não precisa ser profeta para imaginar que muita água (em todos os sentidos) vai rolar neste desastre anunciado.

Autor: Roberto Mangraviti
contato@sustentahabilidade.com.br

 

(*)“Naming Rights” é a prática da concessão de direitos de nome que empresas donas de algum estabelecimento de espetáculos culturais e/ou esportivos dá o nome para uma marca ou produto. Exemplo em São Paulo; Credicard Hall.

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Acidente ocorrido com morte de 1 operário.

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Escrito por Roberto Mangraviti

Economista e Facility Manager em Sustentabilidade. Editor, diretor e apresentador do Programa Sustentahabilidade pela WEBTV. Palestrante, Moderador de Seminários Internacionais de Eficiência Energética, Consultor da ADASP- Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de São Paulo e colunista do site do Instituto de Engenharia de São Paulo.

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