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Números, História e 2016 … uma lição ao Brasil.

Existe uma fronteira de possibilidades de produção. Estas fronteiras são definidas pela “Lei da Escassez”, uma lei da economia amparada na matemática … não tem choro … “uma economia de pleno emprego deverá, sempre, ao produzir determinado produto estar abrindo mão de certa quantidade de outro”, assim escreveu o Prêmio Nobel da Economia, Paul Samuelson em 1971. Sejamos francos, impossível contestar esta realidade matemática. Portanto existem na ciência econômica, indicadores econômicos (desculpem a redundância) que indicam o estado da saúde econômica de um mercado ou de um país. Simples assim. Para quem tem o hábito de discutir política partidária misturando com indicadores econômicos, trata este assunto tão sério quanto discussão de futebol em boteco. E até para o futebol os números não mentem . Como questionar se o Corinthians é campeão brasileiro de 2015 ?. Uma coisa é a paixão pelo clube outra pela realidade dos números. A equipe no caso, possui o melhor ataque, a melhor defesa e menor número de faltas. Dá para discutir o resultado? Enfim cabe a outros torcedores, minimamente respeitar. A mesma coisa ocorre com a economia. Devemos separar a paixão pela agremiação política dos números. Há cerca de um ano, precisamente em 17 de dezembro de 2014, publicamos nos estertores da gestão Guido Mantega que se encerrava na oportunidade, um balanço dos 4 anos em que esteve a frente do governo.

30Dezembro2015

Os números eram assustadores, não havia um único indicador econômico positivo. Impossível imaginar que 2015 seria melhor que 2014. Mas os incautos que tratam a economia como discussão de futebol em boteco, acharam que ia dar certo… e deu no que deu.

O que esperar então de 2016? Ora, o ano novo dependerá das escolhas que forem feitas pelos governantes AGORA, novamente. A pergunta é: haverá controle nos gastos do governo? Vale lembrar que a gestão Mantega aumentou em 4% ao ano, os gastos federais sobre o PIB. Sabem o que isto significa? O PIB brasileiro de 2014 foi de  R$ 5,5 trilhões, desta forma  R$ 220 bilhões (4%) foram gastos a mais, por ano. Logo em 4 anos desta gestão,  incendiamos a incrível cifra de R$ 880 bilhões com  gastos federais em excesso, literalmente torrados no período. Como é possível controlar a inflação agindo desta forma? Notem que a média histórica anterior, apontava uma inflação anual de 4,5%, e na gestão Mantega chegamos em 6,6% (47% de crescimento), sendo que em 2015% será de 10% ao ano(122% de crescimento).  Portanto a escalada dos números é de aterrorizante para agonizante.

Caro leitor, não importa o partido político que governa um país, ou as cores da agremiação  que mais emociona uma população. Não podemos misturar as coisas. Economia é uma ciência e a História é  outra ciência, que ai estão para mostrar os acertos e equívocos econômicos, independente da agremiação. Pode-se ainda entender a História sobre ótica do vencedor ou vencido, nas batalhas humanas. Mas o número de mortos é inquestionável, é o resultados das baixas de vencidos e vencedores.

Economia é também uma guerra. Não há escolha de A ou B, tampouco vencedores pelo plano A ou B … não há como distorcer o entendimento dos números, e diz o ditado “que eles não mentem”. São frios e sem coração.

Portanto, somente nos resta esperar para que os condutores da economia lembrem um pouco da História recente, e façam as escolhas econômicas acertadas, para que possamos voltar a crescer de forma sustentável. Temos hoje o amparo na esperança, que significa esperar em ação no bem maior, de que teremos um grande ano. E certamente, estaremos então, dentro de 12 meses, escrevendo sobre o passado que aqui hoje chamamos de futuro, registrando uma grande Boa Nova.

Feliz 2016! Com grandes acertos, decisões econômicas  sustentáveis e louváveis.

Autor: Roberto Mangraviti

contato@sustentahabilidade.com.br

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Escrito por Roberto Mangraviti

Economista e Facility Manager em Sustentabilidade. Editor, diretor e apresentador do Programa Sustentahabilidade pela WEBTV. Palestrante, Moderador de Seminários Internacionais de Eficiência Energética, Consultor da ADASP- Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de São Paulo e colunista do site do Instituto de Engenharia de São Paulo.

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