Programa SustentaHabilidade
A cidade de Ribeirão Pires, desde a fundação de São Vicente (1532) é uma região de passagem para os viajantes provenientes do litoral. A partir de 1558, o território do atual município de Ribeirão Pires foi incorporado a São Paulo de Piratininga, formando uma vasta área territorial. Mas antes disto, em 1549 , uma ermida ou capela, foi erguida sobre uma casa de reza indígena, pelo Padre jesuíta português Leonardo Nunes, conhecido também por “Abarebebê” ou “padre voador” que desta forma buscou catequizar os índios substituindo uma igreja indígena por uma católica.
No século seguinte, em 1677, Antonio Correia de Lemos “reformou” a pequena ermida, dando o inicio o que é hoje a conhecida Igreja do Pilar. Portanto sob a ótica histórica, pode-se considerar que a igreja ou casa de reza surgiu, através dos indígenas, antes mesmo da organização política portuguesa organizar Ribeirão Pires anexando-a a antiga São Paulo de Piratininga. Além desta contribuição religiosa deixada pelos índios, o cemitério atrás da Igreja (que hoje abriga ciprestes), também foi fundado pelos povos indígenas nativos da região, que originalmente plantaram árvores de jerivá (1).
Os ciprestes, de origem europeia, foram plantados pelos jesuítas para que os corpos de portugueses sepultados, pudessem descasar num terreno “semelhante” aos campos santos lusitanos. E esta era a forma das famílias europeias, repousarem seus parentes atendendo de forma pitoresca, o último pedido de seus entes queridos. Desta forma, a estância Turística de Ribeirão Pires (originalmente Ribeirão dos Pires), resguarda toda história do Brasil Colônia, desde a chegada dos portugueses, a interferência deles junto as nações indígenas e até aspectos arquitetônicos como a Igreja do Pilar(2), contados aqui neste vídeo, pelo Historiador Robson Miguel, membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, através do Programa SustentaHabilidade- Especial.
Texto: Roberto Mangraviti
contato@sustentahabilidade.com.br
(1) Jerivá, contração da palavra “jerivativa”, que significa na linguagem indígena “mata úmida” em decorrência das 33 nascentes existentes no local.
(2) A primeira Igreja do Pilar, foi fundada na Espanha, no caminho de Compostela, por Tiago Maior, filho de Zebedeu (significando ser o mais velho) que foi discípulo de Jesus Cristo. O discípulo antes de ser executado pelos romanos em 40 DC, viu a Virgem Maria sobre um pilar de luz, justificando assim o nome da igreja na Espanha, e copiada aqui no Brasil em Ribeirão Pires.
