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5 Minutos Entrevista, Paula Fabiani

5 Minutos Entrevista, Paula Fabiani, diretora-executiva do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – IDIS, destacando o estudo encomendado por sua parceira britânica Charities Aid Foundation – CAF, denominado: “World Giving Index 2013 – Uma visão global das tendências de doação”. Esta pesquisa, que é o maior levantamento global sobre doação e voluntariado, foi executada pelo instituto de pesquisa Gallup World Pool.

1.) Qual o objetivo da pesquisa World Giving Index 2013 ?

A pesquisa World Giving Index 2013, realizada pela organização britânica CAF, parceira do IDIS no Brasil, busca dar uma visão do panorama mundial sobre a solidariedade, revelando as tendências e avanços. É o estudo mais abrangente do mundo no que se refere à doação, são 155 mil pessoas entrevistadas em 135 países (cobrindo 94% da população mundial).
O World Giving Index é resultado das respostas às perguntas abaixo.
No último mês você ofereceu:
A) Contribuição financeira para organizações sem fins lucrativos?
B) Doação de tempo, como voluntário, para uma organização?
C) Ajuda a um desconhecido?

2.) Quais os resultados a destacar? Alguma surpresa ou mudança de status com relação a estudos anteriores?

Os Estados Unidos retomaram o posto de país mais solidário do mundo (em 2012 foi a Austrália). A Grécia é o país menos solidário no mundo, seguido da Croácia. A solidariedade no mundo cresceu, o que é uma ótima notícia. A quantidade de pessoas que ajudou estranhos cresceu em 200 milhões de um ano para o outro, mais que o dobro dos outros dois indicadores, sendo o maior responsável pelo aumento da solidariedade apresentada pelo índice.
O maior aumento no voluntariado aconteceu entre os mais jovens, de 15 a 24 anos, uma tendência de destaque. Entretanto, os níveis de doação permanecem abaixo do recorde registrado cinco anos atrás. E, por fim, o índice indica que mulheres doam mais dinheiro que homens.

3.) Como o Brasil foi avaliado neste último levantamento?

• O Brasil caiu oito posições no ranking global, de 83º para 91º lugar em 2012, e de 2009 a 2012, houve queda do 54º para o 91º lugar;
• O Brasil é o País menos solidário da América do Sul (10 países na pesquisa), ao lado da Venezuela, os mais solidários são Colômbia (31º) e Chile (35º);
• Em relação ao grupo BRIC, o Brasil ocupa a primeira posição seguido pela Índia (93º);
• 23% dos brasileiros doaram dinheiro em 2012, totalizando 34 milhões de pessoas (8º no mundo em números absolutos – números absolutos);
• 13% dos brasileiros fizeram alguma ação voluntária em 2012. São 19 milhões de pessoas (9º lugar no mundo em NAb);
• 42% dos brasileiros ajudaram um estranho, 63 milhões de pessoas (5º lugar no mundo em números absolutos);
• No Brasil mulheres também doam mais que homens: 26% contra 20%.

4.) Quais as tendências no Brasil e no exterior diante deste contexto de crise?

Apesar da queda da taxa de crescimento da economia global, a solidariedade no mundo cresceu, uma tendência interessante. Existem vários fatores que contribuem para a posição de cada país. Além da situação econômica, a cultura de doação do país e as crises humanitárias são fatores que afetam a solidariedade de uma nação. Crises econômicas, como vemos na Grécia, podem levar as pessoas a ser menos solidárias. Catástrofes naturais podem ajudar a despertar a solidariedade, como é o caso do Haiti.
No Brasil, as manifestações em 2013 sinalizam um maior engajamento da população, o que pode afetar o índice no próximo ano. Além disso, teremos no Brasil a Copa do Mundo, um evento que mexe com o emocional das pessoas e pode ter um impacto positivo no índice.

5.) Que benefícios a parceria do IDIS com a CAF- Charities Aid Foundation, pode resultar para as empresas brasileiras?

A parceria do IDIS com a CAF traz ao Brasil uma visão global do investimento social privado, da filantropia mundial. O IDIS, junto com a rede da CAF, apoia empresas multinacionais na criação de suas estratégias globais de doação, voluntariado e desenvolvimento comunitário. Além disso, acesso a informações e dados sobre a filantropia global permitem ao IDIS contribuir com o desenvolvimento do investimento social privado no Brasil trazendo as inovações e últimas tendências do setor

O que você acha?

Escrito por Roberto Mangraviti

Economista e Facility Manager em Sustentabilidade. Editor, diretor e apresentador do Programa Sustentahabilidade pela WEBTV. Palestrante, Moderador de Seminários Internacionais de Eficiência Energética, Consultor da ADASP- Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de São Paulo e colunista do site do Instituto de Engenharia de São Paulo.

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