Falando um pouco mais aqui sobre a cocaína, podemos perceber que muitos usuários utilizam este perigoso “atalho” para se satisfazer, substituindo situações como realizações profissionais, amor, companhia de amigos e familiares, sexo, etc. Ou seja, um perigoso atalho que acaba fazendo com que o usuário afaste-se das atividades normalmente prazerosas, levando-o a buscar uma recompensa química na cocaína, para atender expectativas frustradas nos campos sociais da vida.
Podemos como um exemplo desta situação, observar um rapaz que deixa de sair com a namorada, pois pensa obsessivamente no bar onde costuma comprar a droga. Portanto, a troca gradativa da família e trabalho, por companheiros de uso e situações facilitadora, são atitudes habituais que exemplificam este mecanismo neuroquímico.
E quando a cocaína é consumida simultaneamente com álcool, forma-se um novo componente proveniente da metabolização de ambas as drogas, o cocaethylene. Este componente resultante, é de potencial dependente ainda mais forte do que a cocaína, o que explica a tendência do usuário tomar drinks, quando usa cocaína, observada em muitos usuários desta droga. Portanto a combinação de álcool e cocaína é tida como o “casamento perfeito”, pois une a droga depressora (álcool) com a estimulante (cocaína).
Sendo a cocaína uma droga relativamente popular, barata e fácil de se obter no Brasil, estima-se que em todas as grandes cidades do país, haja farta oferta da droga. Muitas vezes os mesmos traficantes que vendem drogas mais socialmente aceitas (como a maconha), também dispõe de cocaína, o que facilita os primeiros contatos com esta perigosíssima droga.
Como já destacamos em artigos anteriores, os derivados da cocaína, entre estes o crack, (uma variação química do cloridrato de cocaína) pode ser inalado (fumado) em cachimbos, e é apresentado usualmente na forma de pedras amareladas ou brancas. Seu potencial de criar dependência e seus malefícios para o sistema nervoso é muito maior do que o da cocaína em pó.
No próximo artigo, daremos destaque ao OXI, que é feito do resto do CRACK.
Até breve!
Foto: http://www.mundodastribos.com/
Autores: Nancy M.F.Peres , Raquel Arantes e Renan Fernandes de Oliveira
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