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Entrevista Marcoz Gomez

1. O  filme   “ O Abajour”  , escrito e dirigido por você, contou com atores e técnicos que trabalharam voluntariamente. De que maneira  esta ação voluntária contribuiu para o sucesso desta empreitada ?
A Idéia inicial foi pensar nos atores que eu conhecia e que buscavam uma oportunidade no cinema. Eu queria que eles tivessem um trabalho de verdade para apresentar aos produtores de TV e cinema. Um trabalho que se orgulhassem.
Desde o inicio busquei a união da equipe, pois eu acreditava que só dessa forma conseguiríamos chegar até o fim das filmagens, pois quando não existe dinheiro envolvido fica bem mais difícil cobrar e qualquer desgaste pessoal poderia atrapalhar o processo. Então, criei uma forma através de e-mails onde todos se elogiavam e se motivavam diariamente e acredito que fomos até o final graças a essa cumplicidade de todos e o sucesso acabou sendo uma consequência.
2. Você é carioca e fez um filme sobre violência na sua cidade, sem mostrá-la cruamente, na contra mão da tendência. Porque ?
Minha Ideia sempre foi focada no drama de jovens da classe media alta que acabam escolhendo o caminho do crime por acharem que o dinheiro vem mais fácil. Quis mostrar que esses jovens não são tão diferente daqueles que moram na favela. Quando uma noticia é impressa dizendo que um adolescente que vive na comunidade assaltou, foi preso vendendo drogas ou matou alguém,dizemos logo que ele não tem berço, não tem educação e pra ser inserido na sociedade ele precisa ter uma base familiar.
Eu pergunto “E os jovens de classe media alta que nasceram com essa base familiar e cometem os mesmos crimes? Qual o problema deles? O que fazer para inseri-los na sociedade?”
3. Ben Affleck afirmou “ se a história é boa, ela vende ingressos” , você acredita  que o cinema pode  focar a responsabilidade social sem abrir mão do  aspecto comercial ?
Vejo o cinema com muito potencial para tudo e principalmente para mostrar cada vez mais esse lado social que tanto precisamos ver. Para mim se a história  é boa, as pessoas gostam e se gostam é comercial. Não importa se é comédia, ação ou drama. Cinema é entretenimento e tem um poder muito grande de nos fazer pensar. E pensar já é meio caminho andado.
4.  As Leis de Incentivos  , não deveriam estar direcionadas às produções independentes por estarem mais próximo de interesses culturais ? 
Sinceramente não gosto muito de criticar as Leis de Incentivos, pois não tenho um conhecimento amplo sobre elas, mas é lógico que por questões estruturais uma produtora grande sempre levará vantagem sobre uma menor. Acho que poderiam simplificar as leis, tornar menos burocráticas para que todos tenham o mesmo acesso.
5. Qual seu próximo trabalho ?
Estou iniciando a produçao do  longa-metragem “QUERIA QUE VOCÊ ESTIVESSE AQUI”. Com Alex Reis e Fiorella Mattheis. Uma Comédia Romântica que daremos inicio as filmagens em 2013.

O que você acha?

Escrito por Roberto Mangraviti

Economista e Facility Manager em Sustentabilidade. Editor, diretor e apresentador do Programa Sustentahabilidade pela WEBTV. Palestrante, Moderador de Seminários Internacionais de Eficiência Energética, Consultor da ADASP- Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de São Paulo e colunista do site do Instituto de Engenharia de São Paulo.

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