A floresta amazônica é um dos recursos naturais mais importantes de que dispõe o planeta. Os serviços ambientais prestados pelo imenso bioma incluem itens como: geração de chuvas para outras regiões do planeta, equilíbrio do clima local e global, manutenção de recursos hídricos, além de abrigar uma extensa variedade de ecossistemas. A ciência ainda não conseguiu avaliar o quanto e como a imensa floresta influencia o ciclo de vida na Terra.
Dados geológicos revelam que a complexa cobertura vegetal na região é bastante antiga, existindo há pelo menos 55 milhões de anos; sendo anterior ao aparecimento da cordilheira dos Andes. Durante as eras glaciais nos últimos dois milhões de anos, as baixas temperaturas médias globais fizeram com que a floresta encolhesse, sendo substituída por grandes extensões de savanas. Quando as geleiras no hemisfério norte recuavam, o clima na região amazônica também voltava a ficar mais quente e úmido, ocorrendo novamente a expansão da floresta tropical.
A Amazônia passou a ser efetivamente ocupada a partir dos anos 1970 quando o governo militar, com medo de uma invasão estrangeira, resolveu colonizar a região construindo a rodovia Transamazônica e distribuindo lotes de terras para milhares de migrantes pobres. A falta de apoio técnico e financiamento para os agricultores, aliada à péssima infraestrutura de transportes – impossibilitando o escoamento de colheitas e o deslocamento de equipamentos – fez com que a maioria dos colonos abandonasse a região depois de alguns anos.
Se a agricultura familiar não pode prosperar na região, as grandes fazendas e grupos econômicos – nacionais e internacionais – passaram a tomar extensões de terra cada vez maiores. Esta ocupação, muitas vezes realizada de forma violenta e fraudulenta, estava associada a grandes desmatamentos, já que à época o governo federal e os governos locais ofereciam incentivos para a derrubada da floresta. A partir dos anos 1980 a expansão da agricultura e pecuária na região, acelerou ainda mais o processo de degradação do bioma.
Nos últimos quinze anos cresceu visivelmente o interesse, tanto no Brasil quanto no exterior, em preservar a floresta. Estudos científicos, relacionando a supressão das grandes florestas tropicais de todo o planeta às mudanças climáticas e ao aumento da temperatura média, chamaram a atenção da comunidade internacional para a região. Interessava agora preservar a floresta, para que esta pudesse continuar a fornecer seus importantes serviços ambientais. À época, o governo Lula implantou medidas de controle e cooperação com ONGs atuantes na região, conseguindo reduzir drasticamente os índices de desmatamento. O governo atual manteve esta política, estabelecendo acordos de cooperação com instituições internacionais. Entre agosto de 2012 e julho de 2013 o desmatamento foi de 5.891 km², a segunda menor taxa de desflorestamento nos últimos 25 anos. Com essa redução o país poderá receber até 2,5 bilhões de dólares em pagamentos por redução de emissões de gases.
Técnicos do Brasil e da Alemanha estão construindo uma torre para monitoramento da atmosfera da Amazônia. A estrutura terá 330 metros de altura, disporá de mais de 30 instrumentos científicos e durante 20 anos colherá dados sobre como a floresta influencia o clima global e é influenciada por este.
Ricardo Ernesto Rose consultor, jornalista e autor, pós-graduado em gestão ambiental e sociologia. Graduado e pós-graduado em filosofia. Desde 1992 atua nos setores de meio ambiente e energia na área de marketing de tecnologias, trabalhando para instituições internacionais. Atualmente é consultor em inteligência de mercado no setor de sustentabilidade. É editor do blog “Da natureza e da cultura” (www.danaturezaedacultura.blogspot.com). Seu site profissional é: www.ricardorose.com.br