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Os ambientes de ódio persistentes…

Ambientes de Ódio

Mesmo depois de mais de uma centena de anos, segue a polêmica sobre a “paternidade” da aviação.

Na maior parte do planeta, a invenção é creditada aos norte-americanos, irmãos Wright, que  em dezembro de 1903 alçaram aos céus o primeiro objeto motorizado, contudo utilizando uma catapulta para elevar  o protótipo.

Por sua vez, em 1906, Santos Dumont em Paris (sem catapulta),  realizou um voo público  descendo no Campo de Bagatelle com o 14 Bis, copiando a envergadura de uma ave como inspiração do aparelho.

Imaginem se estas invenções tivessem ocorrido nos dia de hoje ?

Não seria uma polemica, mas uma guerra de  grupos prós e contra, que estariam se degladiando  sobre a “paternidade” da aviação pelas Redes Sociais.

Curiosamente, tanto o avião quanto a internet não foram desenvolvidos para guerrear.

Que as redes sociais se transformaram, num ambiente de ódio, ao invés de divulgação saudável, não é novidade nenhuma.

O que causa estranheza, é a insistência das pessoas, em pleno Século XXI, ainda  focarem em disputas desnecessárias.

Esta postura, lamentavelmente coloca  em segundo plano os benefícios das  descobertas,  ou secundariza as  atitudes de pessoas que estão  contribuindo para o bem comum.

Na batalha diária das postagens,  fica retratada a estagnação dessa gente  focada no calor da disputa, ao invés da disseminação da luz do conhecimento.

Na história das batalhas da humanidade,  lembremos  que as Olimpíadas foram criadas para que  disputas ficassem dentro do campo do esporte.

De acordo com a mitologia grega, o herói Hércules criou as Olimpíadas por volta de 2.500 a.C., na Grécia antiga, para homenagear o pai dele, Zeus.

Mas sob a  verdade histórica, os primeiros registros  das Olimpíadas ocorreram em 776 a.C., quando os atletas vencedores começaram a ter seus nomes registrados.

Era uma forma de dar vazão a belicosidade humana de tempos em tempos …  uma válvula de escape, entre uma batalha e outra.

Passamos pelo Império Romano com carnificina no Coliseu, fogueiras na Era Medieval, mas com expectativas de novo tempo para o Século XX.

Afinal o  novo centenário começara com o homem realizando  o sonho de Ícaro e voar…

Mas  em 1914 os aviões mal tinham sido inventados,  sendo utilizados inicialmente para reconhecimento aéreo das posições do inimigo … para  logo em seguida serem equipados para transportar bombas da I Grande Guerra.

A descoberta ficou em segundo plano  em prol das disputas.

Agora em tempos  de Covid ,  as Nações “suspendam” as guerras, pois se o cidadão deve ficar em casa para proteger-se da morte por um vírus, solicitar que um soldado vá morrer no território inimigo por uma “causa”, tornou-se um argumento patético.

E assim sendo, nenhuma notícia sobre guerra é noticiada há 1 ano.

Na ausência deste noticiário de violência, resta para mídia e internautas o “prato cheio” da divulgação intolerante, transformando Redes Sociais num campo de batalha ou num novo  formato de “olimpíadas”.

É o campo de “vazão” de muita gente aprisionada, como uma caixa d’água sobrecarregada que precisa extravasar pelo ladrão a pressão belicosa cultivada na alma.

É assim TODOS OS DIAS …

Pessoas “buscando” notícias que corroborem  com seu ego, ao invés de divulgarem novas descobertas ou ações humanitárias que sirvam de exemplo a quem quer que seja,  descaracterizada de ideário político.

Quer defender o Meio Ambiente ?

Pode postar coisas sobre a Greta … ou plantar uma árvore …e se isso for difícil, envie R$ 10,00 para o SOS Mata Atlântica.

Mas aí que mora o problema …

Pois plantar uma árvore NINGUÉM fica sabendo.

Contudo defender A ou atacar B , lustra o próprio ego.

São os persistentes sistêmicos, que as vezes disfarçam, entre uma postagem e outra, com um “boa noite“ ou  fotinho de “sol” desejando bom dia,  visando “parecerem”  evoluídos civilizatoriamente.

Dumont e os irmãos Wright, captaram esplendorosamente o momento em que a humanidade se encontrava… e que ansiava pela libertação através do transporte.

“Plugaram” de forma exuberante suas mentes com o inconsciente coletivo, que clamava por voar … afinal o Aéro-Club de  France foi criado em 20 de Outubro de 1898 (*), como uma associação para encorajar a locomoção aérea, quando ninguém ainda voava exceto por pequenos balões.

E  mesmo separados por um oceano, e sem trocarem qualquer correspondências, contribuíram com uma revolução no Planeta, em união de pensamentos e virtudes.

Contudo, se a humanidade resolveu guerrear logo em seguida com os inventos, o problema  ficou com quem usou inadequadamente a ferramenta.

Da mesma forma, nos dias de hoje, está se guerreando pela internet, desvirtuando a finalidade do invento, cabendo a cada um colher o que planta.

Uns  fazem um “reconhecimento” com sobrevoo sobre o território das ideias para avaliar as “posições” do inimigo,  para em seguida lançarem bombas.

Outros sobrevoam em busca do conhecimento e da celebração, como fez Dumont, que transbordava em alegria ao descer no Campo de Bagatelle, sendo carregado nos ombros pela “galera” em razão da vitória obtida para humanidade.

Dumont ou irmãos Wright ?

Que importa? O gostoso  mesmo é voar na experiência de compartilhar  ideias e conquistas.

Assim como fez Santos Dumont que venceu o Prêmio Deutsch em 1902 em Paris pilotando um balão dirigível por até 30 minutos no entorno da Torre Eiffel.

Com este feito  recebeu a fortuna de 129 mil francos pela sua conquista 4 anos antes do 14 Bis brilhar nos céus.

Mas ele não ficou com o dinheiro: doou metade para a equipe que o ajudou a construir o dirigível, e a outra metade distribuiu entre moradores das ruas de Paris.

Enfim, a vida de Santos Dumont, literalmente resumia-se em trabalhar …voar…  e compartilhar.

A guerra ?

Fica a cargo de quem utiliza das ferramentas que dispõe …do avião à intolerância na internet.

Texto: Roberto Mangraviti

roberto@sustentahabilidade.com

www.robertomangraviti.com.br

Colunista da ADASP-Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de São Paulo; do Instituto de Engenharia; Editor do Portal SustentaHabilidade, da Coluna “SustentaHabilidade” no Jornal ABC Repórter, e apresentador do Programa SustentaHabilidade na Rede NGT (digital) e Soul TV Omni Channel (smarts Tv’s LG).

(*) Fundadores Seus fundadores foram: Ernest ArchdeaconLéon SerpolletHenri de la ValetteJules Verne e sua esposa, André MichelinAlbert de DionSantos DumontHenri Deutsch de la Meurthe e Henry de La Vaulx.[1]

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Escrito por Roberto Mangraviti

Economista e Facility Manager em Sustentabilidade. Editor, diretor e apresentador do Programa Sustentahabilidade pela WEBTV. Palestrante, Moderador de Seminários Internacionais de Eficiência Energética, Consultor da ADASP- Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de São Paulo e colunista do site do Instituto de Engenharia de São Paulo.

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