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Segurança dos automóveis terá controle do governo

O Brasil continua sendo o quarto maior mercado de carros novos do mundo, com uma produção de 10 mil veículos por dia. Apesar disso, “automóveis fabricados no Brasil são mortais”, conforme afirma o título de uma reportagem publicada pela imprensa internacional. De acordo com estatísticas oficiais, o numero vítimas mortais em acidentes de carros no Brasil é quatro vezes maior do que nos Estados Unidos. Preocupado com a situação, o governo federal construirá um centro independente para testes de colisão de veículos.

Mais de 3,8 milhões de automóveis foram vendidos no Brasil em 2012, dos quais cerca de 1,3 milhões de populares; os chamados carros de entrada. Estes, segundo a coordenadora da associação de consumidores “Proteste”, Maria Inês Dolci, são “incrivelmente perigosos, isto não pode ser negado. O índice de mortes causadas por acidentes ainda é muito alto”. A afirmação, publicada na Associated Press, é baseada em testes de colisão realizados pelo Programa de Avaliação de Carros Novos da América Latina (Latin NCAP) desde 2010 com 26 carros produzidos ou vendidos no Brasil. Deste total, 15 modelos receberam pontuações de três a quatro estrelas, em uma escala cujo máximo é de cinco estrelas. Outros 11 modelos de veículos receberam somente uma a duas estrelas, colocando-os na categoria de inseguros. Dentre os fabricantes nacionais de veículos somente a Volkswagen e a General Motors detêm laboratórios de colisão. As demais marcas encaminham seus veículos para as matrizes no exterior, onde são realizados os testes.

Os veículos brasileiros avaliados pelo Latin NCAP seguem normas de segurança estabelecidas por órgãos de controle nacionais, que adotam padrões muito abaixo dos americanos e europeus. Segundo o artigo da Associated Press, os carros nacionais apresentam problemas como: falta de reforços laterais na estrutura; aço de baixa qualidade na construção das carrocerias; pontos de solda fracos ou insuficientes para manter a estrutura do veículo; e plataformas ultrapassadas, desenvolvidas antes da introdução de novas normas de segurança.

A homologação dos carros no Brasil é feita por órgãos como o DENATRAN (Departamento Nacional de Trânsito) e o INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) e baseada em informações fornecidas pelo próprio fabricante. No entanto, não há acompanhamento constante – atribuição do órgão controlador – para assegurar que as normas usadas nos veículos testados continuam sendo aplicadas ao longo da vida útil do modelo.

O governo federal com o apoio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) planeja construir um laboratório para testes de colisão, que será instalado nas dependências do INMETRO de Duque da Caxias (RJ) e deverá entrar em funcionamento até 2017. O custo do laboratório, orçado em 100 milhões de reais, será bancado pelo governo, mas não é descartada a participação do setor privado.

Estabelecendo padrões de segurança mais altos para os veículos, o governo contribuirá com a redução dos acidentes e a diminuição de mortes. Paralelamente, esperamos a melhoria das estradas e que as leis de trânsito sejam mais rigorosas, punindo efetivamente os infratores. O governo deve agir no interesse do cidadão, assegurando a melhoria da qualidade de vida.

 

Ricardo Ernesto Rose, jornalista, graduado em filosofia e pós-graduado em gestão ambiental e sociologia. Desde 1992 atua nos setores de meio ambiente e energia na área de marketing de tecnologias. É diretor de meio ambiente da Câmara Brasil-Alemanha e editor do blog “Da natureza e da cultura” (www.danaturezaedacultura.blogspot.com)

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Escrito por Ricardo Rose

Ricardo Ernesto Rose, jornalista, graduado em filosofia e pós-graduado em gestão ambiental e sociologia. Desde 1992 atua nos setores de meio ambiente e energia na área de marketing de tecnologias.

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