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Álcool + Adolescentes = Riscos de vícios maiores ainda!

O que torna o álcool tão interessante para o adolescente na Cultura Alcoólica chamada Brasil? Vale classificar, em linhas gerais, quais são as características típicas de um adolescente: insegurança diante de si e do grupo, necessidade de autoafirmação e sentimentos, às vezes avassaladores, por descobrir o mundo. As próprias ações hormonais impactam neste estado de transformação interna que desequilibra a psique colocando o indivíduo diante de dúvidas e incertezas.

Quais são, então, as reações que o álcool proporciona, especialmente neles? Estado alterado de consciência proporcionado pela substância que leva à desinibição, à súbita euforia, ao êxtase do riso. Assim sendo, um “casamento perfeito” com data prevista para o “divórcio”, pois também pode conduzir à agressividade, ao choro, ao vômito, ao sono e à apatia. Tantos efeitos, tantas aventuras, tanto descontrole de si, tanto prazer em estar fora de si…

A busca por ser outro mais espontâneo, mais agradável, com maior entrosamento e aceitação do grupo, podendo competir: “Quem é que fica mais bêbado hoje?”, podendo rir de si e do próprio descontrole: “Nossa, ontem eu bodei no banheiro da balada e hoje tô de ressaca, mas fiquei bem loco!”, podendo se afirmar diante do outro: “Véio, eu bebo mesmo!” – essa é a visão mágica do adolescente. Ele, no auge de sua onipotência, acredita que suporta beber enormes quantidades sem conseqüência imediata ou futura. É, pois, movido pelo prazer e pela necessidade de pertencimento ao grupo, além da busca pela superação provisória de suas vergonhas e medos.

Como se esses problemas não bastassem, outros ainda mais perigosos surgem, pois, essa vontade de mais prazer, de mais “viagem”, euforia ou relaxamento, em suma, é a porta de entrada para outras drogas. O álcool também cumpre essa função, podendo conduzir à cocaína a qual leva a maior euforia e proporciona ao usuário “agüentar beber muito mais”.

Outras drogas como o LSD (“doce”) e o êxtase (“bala”) também são encontrados em quase “qualquer balada”, pois há traficantes especializados em casas noturnas. Já ao final da noite, a maconha é utilizada para proporcionar sono, relaxamento, leve euforia e socialização amistosa.

Desta forma, o álcool cumpre um “papel importante” na noitada, pois é a porta de acesso justamente porque desinibe e pode gerar a necessidade de outros efeitos mais poderosos e/ou variados.

Portanto, ao beber, a consciência se altera; o desejo por mais, portanto, pode ser satisfeito a partir do uso de múltiplas drogas, cada uma estimulando de um jeito particular.

É muito comum, nesse sentido, encontrarmos adolescentes já familiarizados com os efeitos de várias drogas, usadas esporadicamente, a princípio. Porém, existem vários estudos que mostram que indivíduos que começam a beber antes dos 15 anos têm sete vezes mais chance de desenvolver problemas relacionados ao uso de álcool do que aqueles que o fazem após os 21. Lembrando aqui que o amadurecimento do Sistema Nervoso Central ocorre até os 21.

Justamente por isso e por tudo o que mencionamos até aqui, cabe-nos questionar o que fazer diante desse quadro caótico. Cada um de nós, atores desta sociedade, pais, amigos de adolescentes e profissionais imersos nesse contexto, podemos e devemos aumentar o nosso diálogo com eles. Mas como não parecer tão antiquados e sem limites ou com excessivos boicotes de liberdade?

Entendendo este ser em formação chamado adolescente, compreendendo suas perspectivas , temores, inseguranças e, sobretudo, desejos. Enfim, valores que estão vigendo sobre ele!

Foto: www.suggestkeyword.com

Autores: Nancy M.F.Peres , Raquel Arantes e Renan Fernandes de Oliveira

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