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O caminho das drogas no cérebro

Drogas no cérebro

Vamos retomar o tema sobre o significado e riscos da utilização de drogas.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), são substâncias naturais ou sintéticas que, administradas por qualquer via no organismo afete sua estrutura ou função.

As substâncias psicoativas alteram o funcionamento do cérebro, as sensações, o grau de consciência e o estado emocional do indivíduo.

Podem ser lícitas, ou seja, legalmente produzidas e comercializadas e que são aceitas pela sociedade, e como exemplo temos o cigarro e o álcool.

As ilícitas, como a cocaína, o crack e outras cuja comercialização é proibida pela legislação.

As alterações provocadas variam de acordo com o usuário, a droga utilizada, quantidade e circunstâncias em que é ingerida, ou seja, são influenciadas por aspectos ambientais, comportamentais e genéticos.

O número dessas substâncias é imenso mas de acordo com o pesquisador francês Chaloult podemos classificá-las em três grupos:

  • Drogas depressoras
  • Drogas estimulantes
  • Drogas perturbadoras ou alucinógenas

As drogas depressoras: são capazes de diminuir as atividades cerebrais.

O usuário se torna sonolento, desatento e desconcentrado.

Nesse grupo temos os benzodiazepínicos (calmantes e tranquilizantes), o álcool, os soníferos,  os opiáceos (morfina, heroína, codeína) e solventes (colas, tintas, removedores).

As drogas estimulantes: são capazes de aumentar as atividades cerebrais. O usuário fica mais atento, tem aceleração dos pensamentos e euforia.

Nesse grupo temos a cocaína, o crack, a nicotina, a cafeína, as anfetaminas e seus derivados.

As drogas perturbadoras ou alucinógenas: produzem quadros de alucinação ou ilusão, geralmente de forma visual.

O cérebro passa a funcionar fora de seu normal e suas atividades ficam perturbadas.

Nesse grupo temos a maconha, a mescalina, o LSD, o ecstasy, etc.

 

Funcionamento no cérebro

O cérebro é composto de células nervosas, os neurônios, que se comunicam entre si através de substâncias químicas chamadas neurotransmissores. Esse processo de comunicação se dá através de impulsos nervosos (sinapses) responsáveis por todo tipo de informações que influenciam o funcionamento do próprio cérebro e do corpo.

Um dos sistemas que toda essa movimentação de neurotransmissores ativa é o ‘sistema de recompensa’ que estimula comportamentos essenciais à preservação da vida, como alimentação, proteção, sexo, interação social e outros, proporcionando uma grande sensação de prazer, euforia e satisfação.

As drogas, sejam elas quais forem, causam uma desordem neurológica pois amplificam a sensação de bem-estar através da superestimulação do neurotransmissor chamado Dopamina, desestabilizando assim todo o sistema de recompensa.

De acordo com o médico psiquiatra Ronaldo Laranjeira, diretor do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e outras Drogas, a ilusão química de prazer que as drogas proporcionam induzem as pessoas ao uso compulsivo, gerando a dependência química.

Todas as outras fontes naturais de prazer acabam perdendo o significado.

 

O Efeito Rebote

O efeito das drogas acontece por um determinado período, após isso o corpo sofre o chamado ‘efeito rebote’ que são sintomas contrários aos estimulados pela droga.

Se ao usar determinada substância o usuário fica eufórico e excitado, quando o efeito cessa vem um estado extremo de depressão.

A pessoa não volta ao normal, não consegue sentir prazer por outras fontes.

Para Ronaldo Laranjeira, essa é uma das tragédias a que se expõem os dependentes químicos.

No processo de reabilitação, quando a pessoa para de usar droga, é fundamental ajudá-la a reencontrar fontes de prazer independentes da substância química.

Outros Textos das Autoras:

http://sustentahabilidade.com.br/o-mundo-das-drogas/

http://sustentahabilidade.com.br/doce-bala-absorcao-ocular/

Texto de Veronica Salete e Maria Cristina Lopes
contato@sustentahabilidade.com.br

Imagem: Elcidadano

 

Saiba mais:

Site www.drauziovarella.com.br/dependencia-quimica

Entrevista com o Psiquiatra Ronaldo Laranjeira

 

Revista Mente Cérebro nr. 295 – Agosto/2017

Especial Dependência Química:

– As múltiplas faces do tratamento

– Armadilhas do DNA

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