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Entrevista, Dr. José Alexandre Marzagão Barbuto

“Quem disse que Câncer não têm cura ?”

Dr. José Alexandre Marzagão Barbuto, Graduado em Medicina – Faculdade de Medicina da USP(1981),Mestrado em Imunologia pela Escola Paulista de Medicina(1983), Especialização em Imunologia Celular – Max-Planck Institute – Tübingen – Alemanha e Doutorado em Imunologia – ICB-USP – 1988, Pós-doutorado – Arizona Cancer Center – 1990/1993, Livre-docência em Imunologia – ICB-USP – 2007, Professor Associado do Departamento de Imunologia – ICB-USP.

 

1)         Qual o conceito deste tratamento que é aplicado somente para pacientes com câncer metastático ? É semelhante a quimioterapia ou radioterapia ?

 

Não, esse tratamento tem um conceito diferente da quimioterapia e da radioterapia. Enquanto estes dois se baseiam em sua capacidade de destruição direta das células tumorais, a abordagem imunoterapêutica procura ativar as defesas do próprio corpo, para que elas se mobilizem contra o câncer. Obviamente que o objetivo final é o mesmo, isto é, a destruição das células doentes.

 

 

 

2)         Quais tipos de Câncer este tratamento se mostrou eficiente e qual o índice de sucesso nestes casos ?

 

O tratamento foi testado inicialmente em pacientes com dois tipos de câncer avançado: o melanoma e o câncer de rim. Em ambos os tipos de câncer, o tratamento conseguiu impedir a progressão da doença em cerca de 80% dos casos. Esta parada de crescimento do tumor teve uma duração média de 7 meses e não foi acompanhada de efeitos adversos significativos. É importante notar, porém, que não se trata ainda de cura! Tais resultados apontam para a possibilidade deste tratamento interferir na progressão do câncer, de modo que justificam que se continue a estuda-lo e a procurar meios de o tornar mais eficiente.

 

3)  Como os pacientes tem reagido ao tratamento ?

 

Lembrando que nossos pacientes são em 100% dos casos portadores de metástase ( vários focos da doença espalhados pelo organismo, sem possibilidades de controle), observamos que em geral,  alguns  pacientes estão sobrevivendo há mais de 4 anos.

 

4)Aonde estes pacientes estão sendo tratados, e quantos são atendidos ao ano ?.

 

Atualmente, os estudos continuam, em pacientes portadores de outros tipos de câncer. Os dois estudos correntes estão sendo realizados em colaboração com o GRAAC e com o ITACI – ligados à Escola Paulista de Medicina e à Faculdade de Medicina da USP, respectivamente, para crianças portadoras de osteossarcoma (um tumor ósseo) ou de neuroblastoma (um tumor de origem embrionária). Os números de pacientes tratados anualmente são variáveis, porque ainda se trata de estudos clínicos controlados e que, portanto, só podem incluir pacientes obedecendo critérios estritos. Nossa esperança, todavia, é conseguir estabelecer, com segurança, a indicação e a eficácia desta forma de tratamento, de modo a poder oferecer mais amplamente, este potencial instrumento para a Medicina no combate ao câncer.

 

5) Quais são suas expectativas e objetivos futuros com relação a este Tratamento ?

 

Como já comecei a dizer na resposta anterior, nossa esperança é conseguir estabelecer as indicações e os limites desta forma de tratamento, de modo a torná-la uma ferramenta útil e disponível para o tratamento de pacientes com câncer. Sabemos, hoje, que o sistema imunológico tem o potencial de interferir significativamente na evolução do câncer. A questão que ocupa pesquisadores do mundo inteiro, porém, é descobrir como provocar, nos pacientes, o envolvimento efetivo do sistema imunológico no combate ao câncer, mesmo quando, a princípio, ele não se envolve nesta luta. Os dados que temos obtido sugerem que a estratégia que temos estudado pode ser o caminho para conseguir isto e, por isso, temos trabalhado com muito afinco.

 

 

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Escrito por Roberto Mangraviti

Economista e Facility Manager em Sustentabilidade. Editor, diretor e apresentador do Programa Sustentahabilidade pela WEBTV. Palestrante, Moderador de Seminários Internacionais de Eficiência Energética, Consultor da ADASP- Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de São Paulo e colunista do site do Instituto de Engenharia de São Paulo.

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